“Ficam tentando politizar o Banco Central”, diz Campos Neto
Em almoço com empresários, presidente do BC diz que autoridade monetária muitas vezes é alvo de “narrativas que não são verdadeiras”
atualizado
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Alvo de críticas de Luiz Inácio Lula de Silva e de integrantes do governo e do PT por causa da taxa de juros, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, criticou nesta quarta-feira (5/4) o que chamou de tentativa de “politização” da autoridade monetária.
Segundo Campos Neto, o BC toma suas decisões sobre política monetária de forma técnica e não se envolve em questões políticas.
“O BC é um órgão técnico. A gente fica muito preocupado quando ficam tentando politizar o BC, às vezes com narrativas que não são verdadeiras”, criticou, durante um almoço com empresários do grupo Esfera Brasil. “Esse BC fez a maior subida de juros em um ano de eleição na história do Brasil e do mundo emergente. Um BC que fosse politizado subiria os juros? É óbvio que não.”
Segundo Campos Neto, “o problema dos juros é um problema de todos nós: do BC, do governo, das pessoas, e temos que trabalhar juntos para resolver”. “Temos que dar explicações e não ficar apontando o dedo”, afirmou o presidente do BC.
“Não estou dizendo que a taxa de juros real não é alta. É alta e precisamos trabalhar para baixar”, prosseguiu Campos Neto. “Vamos trabalhar para fazer com que a inflação vá para a meta com o mínimo de custo possível para a população.”