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Fed não vê mais risco de recessão nos EUA neste ano, mostra ata

O Fed, banco central americano, optou por subir juros em 0,25 ponto. Ata mostra que risco de recessão diminuiu, na avaliação da instituição

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Imagem colorida de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, falando sobre os juros americanos - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, falando sobre os juros americanos - Metrópoles - Foto: Alex Wong/Getty Images

O Comitê de Política Monetária (Fomc) do Fed, banco central americano, não vê mais risco de recessão nos Estados Unidos, neste ano, de acordo com a ata da última reunião do colegiado divulgada nesta quarta-feira (16/8).

Na reunião de julho, o Fomc optou por elevar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual (p.p.). A taxa de referência da economia americana subiu de 5,25% para 5,5%, a maior em 22 anos.

“Desde o surgimento do estresse no setor bancário em meados de março, os indicadores de gastos e atividade real ficaram mais fortes do que o previsto; como resultado, a equipe não julgou mais que a economia entraria em uma leve recessão no final do ano”, diz a ata.

Os membros do comitê concluíram, no entanto, que uma desaceleração no mercado de trabalho é esperada para os próximos anos.

“O corpo técnico continua a esperar que o crescimento real do PIB em 2024 e 2025 fique abaixo de sua estimativa de crescimento do produto potencial, levando a um pequeno aumento na taxa de desemprego em relação ao seu nível atual”, escreveu o comitê.

Comitê teve votos contrários a subir juros

A ata da última reunião detalhou ainda os debates que ocorreram antes da decisão de subir novamente os juros. O texto indica que “uma parcela” dos membros do Fomc defendeu manter os juros, com temores de desaceleração excessiva na economia.

Essa parte dos membros (cuja quantidade o Fed não revelou) disse que uma manutenção não atrapalharia o “progresso em direção às metas” e permitiria “avaliar melhor” o cenário.

Na outra ponta, uma fatia maior avaliou que era necessário mais um aumento para garantir que a inflação convergisse à meta contínua, que é de 2% nos EUA. Em julho, a inflação americana fechou em 3,18%.

Com a inflação em desaceleração nos EUA, parte do mercado espera que essa tenha sido a última alta do ciclo. Mas, no comunicado após a decisão, o Fomc deixou a porta aberta para futuros aumentos. O presidente do Fed, Jerome Powell, já havia antecipado que a autoridade monetária será “paciente” enquanto observa os dados.

“A minuta do Fed trouxe elementos que sugerem um colegiado que deseja mais grau de liberdade nessa nova fase da política monetária”, disse, em nota sobre a ata, Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital.

A economista avalia que a expectativa geral é por uma pausa na alta de juros na próxima reunião, mas que novas altas não estão descartadas até o fim do ano. “Ainda não é um ambiente no qual se sintam confortáveis para afirmar que o ciclo já terminou”, afirmou Nogueira.

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