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Família Safra: saiba quem é quem na briga por herança bilionária

Detentora de um patrimônio bilionário, a família Safra está envolvida em uma batalha judicial que ganhou um novo capítulo na semana passada

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UFRJ/Divulgação
Joseph Safra
1 de 1 Joseph Safra - Foto: UFRJ/Divulgação

Detentora de um patrimônio bilionário, a família Safra está envolvida em uma batalha judicial que ganhou um novo capítulo na semana passada.

Como noticiado pelo Metrópoles, um dos herdeiros de Joseph Safra, o bilionário Alberto Safra, entrou com um processo contra a mãe, Vicky Safra, e os irmãos Jacob e David, em nova disputa pela herança do pai.

A ação foi aberta no dia 3 de fevereiro na Justiça do Estado de Nova York, nos Estados Unidos. Alberto Safra acusa os irmãos de terem diluído a sua participação na SNBNY (holding que controla o banco americano Safra National Bank).

A disputa judicial jogou luz sobre a família de origem sírio-libanesa, cujo patriarca foi o banqueiro Jacob Safra. Libanês, ele se mudou para o Brasil em 1953 e fundou a Safra Importação e Comércio – empresa especializada em metais, máquinas e gado.

A família Safra é dona dos bancos J. Safra Sarasin, na Suíça, e Safra, no Brasil. Juntos, eles têm cerca de US$ 90 bilhões em ativos. O clã também tem imóveis como o Edifício Gherkin, em Londres, e o 660 Madison Avenue, em Nova York.

Vejam quem é quem no embate da família por uma fortuna bilionária.

Joseph Safra

Descendente de uma longa linhagem de banqueiros, Joseph Safra foi o fundador do Grupo Safra. Ele morreu em dezembro de 2020, aos 82 anos.

Nascido no Líbano, em 1938, Joseph veio para o Brasil na década de 1960 e deu continuidade aos negócios do pai, Jacob. Com a morte do patriarca da família, Joseph assumiu o banco, ao lado dos irmãos. Em 1967, a família fundou a financeira Safra e, mais tarde, adquiriu o Banco Nacional Transatlântico – rebatizado como Banco de Santos.

No início dos anos 1970, a família comprou o Banco das Indústrias, que ganhou o nome de Banco Safra. Atualmente, a instituição está presente em 160 cidades de 25 países e conta com 36 mil funcionários e mais de R$ 1 trilhão de ativos sob gestão.

Em 2019, no ano de sua morte, a fortuna de Joseph Safra era estimada em R$ 119,08 bilhões, segundo a revista Forbes. Era o homem mais rico do Brasil.

Vicky Safra

Nascida na Grécia, a matriarca da família veio para o Brasil em 1950, ainda criança. Ela se casou com Joseph quando tinha apenas 17 anos, em 1969. O casal teve quatro filhos: Jacob, Esther, Alberto e David. “Foi um amor à primeira vista, um amor que duraria até o último momento”, costumava dizer, sobre a paixão pelo marido.

A fortuna de Vicky e dos quatro filhos é estimada em US$ 18 bilhões, de acordo com a Bloomberg. A família não confirma os números.

Atualmente com 70 anos, a viúva de Joseph Safra faz trabalhos voluntários e colabora com instituições de caridade. Ela é responsável pela Fundação Vicky e Joseph Safra.

Jacob Safra

Homônimo do avô e filho mais velho do casal Joseph e Vicky Safra, Jacob está à frente das operações internacionais do grupo. Ele é presidente do Conselho de Diretores do Safra National Bank, em Nova York. Também comanda o J. Safra Sarasin, na Suíça, além de empreendimentos imobiliários da família.

David Safra

Também alvo de Alberto na Justiça, David integra o Conselho de Administração do Banco Safra e cuida dos negócios da família no Brasil. Ele participa, ainda, da administração dos empreendimentos imobiliários dos Safra no país.

Esther Safra

Hoje com 44 anos, Esther é educadora e diretora da Escola Beit Yaacov, em São Paulo, criada pela fundação da família Safra. Ela não é alvo de Alberto na Justiça.

Alberto Safra

Responsável pela nova guerra jurídica na família, Alberto renunciou ao Conselho de Administração do Safra em novembro de 2019. Em 2021, ele e a família estiveram próximos de fechar um acordo sobre a herança do pai (uma fortuna de quase US$ 15 bilhões). As negociações, no entanto, travaram.

Atualmente, Alberto tem empreendimentos próprios fora dos negócios da família. Em 2020, fundou a ASA Investments, que possui unidades de gestão de ativos e fortunas. A empresa, em seu site, anuncia que continuará a “tradição da família, mantendo os preceitos de gerações e fazendo prosperar o nome Safra”.

A disputa entre os Safra

Alberto Safra acusa os irmãos de terem diluído a sua participação na SNBNY (holding que controla o banco americano Safra National Bank).

Segundo os advogados de Alberto Safra, a diluição teria ocorrido no fim de 2019, período no qual Joseph passava por uma série de complicações de saúde. Os advogados de Alberto afirmam que a nova distribuição societária criou um lucro artificial a partir de “manobras financeiras e contábeis inexplicáveis e suspeitas”. Com base nesse lucro, os irmãos teriam emitido novas ações, que teriam sido alocadas para eles.

“As transações não tinham propósito econômico legítimo ou lógica comercial. (…) O único efeito delas foi diluir a participação de Alberto na SNBNY e inflar as participações de seus irmãos, David e Jacob, sem que eles (ou qualquer um deles) tivessem investido qualquer capital adicional. Os réus planejaram essas transações sem a devida autorização do conselho”, diz a ação judicial.

Ainda de acordo com o documento, o valor do Safra National Bank teria sido “inflado” em mais de US$ 870 milhões. A participação de Alberto caiu de 28% para 13,4%.

“Em razão de atos ilegais e agressivos praticados por seus irmãos, Alberto Safra não teve alternativa senão ingressar com ação judicial na Suprema Corte de Nova York para proteger os seus direitos. É lamentável que David e Jacob Safra tenham tomado tais ações ilegais. Por meio da ação judicial, Alberto Safra busca a proteção dos seus direitos”, diz uma nota à imprensa.

O que diz a família Safra

Em nota encaminhada ao Metrópolesa família Safra afirma:

“Poucos meses após receber doação do Sr. Joseph, como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender aos apelos feitos pessoalmente pelo seu pai e iniciou negócio concorrente ao Banco Safra, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do Grupo.

Nessa ocasião, Sr. Joseph conversou com diversos executivos solicitando que não acompanhassem Alberto em sua empreitada, já que se tratava de uma afronta a ele próprio. Após diversas recusas de Alberto de mudar seus planos, Sr. Joseph o deserdou e tomou medidas naquele momento. Agora Alberto promove disputa contra toda a família, dizendo que o pai não teria motivos para fazer o que fez, alegando tratar-se de uma conspiração para prejudicá-lo.

A família lamenta o caminho adotado por Alberto, que primeiro atentou contra o pai em vida e agora o faz contra sua memória, e refuta suas alegações.”

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