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Fala de Lula causa turbulência, bolsa cai 1,4% e dólar atinge R$ 5,40

Ibovespa abriu em alta com inflação nos EUA, virou após de fala de Lula e despencou 1,4%. Manutenção dos juros pelo FED não moveu o mercado

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Imagem de painel da Bolsa de Valores do Brasil (B3) - Metrópoles
1 de 1 Imagem de painel da Bolsa de Valores do Brasil (B3) - Metrópoles - Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento no Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (12/6), causaram uma turbulência no mercado brasileiro maior do que a esperada para o dia, que tinha duas importantes divulgações nos Estados Unidos que poderiam mover o humor dos investidores.

Após as falas de Lula, o dólar alcançou máxima de R$ 5,43, mas perdeu força e fechou o dia a R$ 5,406, em alta de 0,86% ante o fechamento anterior. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira (B3), abriu em leve alta antes do discurso de Lula, mas inverteu rapidamente o sentido e passou o dia no vermelho, fechando em queda de 1,4%, em 119.936 pontos.

A divulgação da inflação neutra nos Estados Unidos e da manutenção do juros básicos do país, anunciada na parte da tarde pelo Federal Reserve, o banco central norte-americano, não alterou os humores dos investidores.

Luís Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, afirmou que o presidente resumiu todos os medos do mercado em uma única frase: “Quando ele disse que o ‘equilíbrio fiscal é alcançado com aumento de arrecadação e queda dos juros’, o mercado leu que o governo não vai lutar para diminuir os gastos. E, para além disso, que vai ter uma mudança mais radical em janeiro, quando haverá troca do presidente do Banco Central”.

Leal afirmou que, no fim das contas, os indicadores norte-americanos não influenciaram tanto o dia quanto o ambiente político interno, com o embate entre o governo e o Senado em torno da Medida Provisória 1.227, que alterava regras de uso de créditos do PIS e da Cofins.

“A inflação nos Estados Unidos veio melhor do que o esperado e já se sabia que o FED (banco central norte-americano) não mudaria os juros, além de os mercados internacionais terem tido um dia bom. O movimentou mesmo o mercado brasileiro foi a questão interna, de incerteza sobre a responsabilidade fiscal agora e no futuro”, analisou Leal.

Gabriel Meira, especialista e sócio da Valor Investimentos, concordou com Leal quanto ao ambiente interno estar sendo preponderante na movimentação do mercado. “Não é de hoje, mas o mercado não tem comprado mais as falas do Lula quando ele fala de responsabilidade fiscal. O governo tem tido muita dificuldade de passar no Congresso qualquer pauta que seja importante para a arrecadação, basta ver a devolução da MP 1.227. O Quadro fiscal está bem ruim e consequentemente tem levado o dólar para cima”, disse.

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