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Exportação de veículos supera patamar pré-pandemia

Remessas para o exterior cresceram 27,9% em 2022; a participação da Argentina, porém, diminuiu, fato considerado preocupante pela indústria

atualizado

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Navio em porto
1 de 1 Navio em porto - Foto: Ascom/VLI

O melhor resultado obtido pela indústria automobilística brasileira em 2022 veio da exportação de veículos. No ano passado, foram enviadas ao exterior 481 mil unidades, o que representou um crescimento de 27,9% em relação a 2021. Em 2020, a cota de exportações havia atingido a marca de 324 mil. Em 2019, antes da pandemia, esse número havia ficado em 434 mil (veja quadro abaixo).

Tais dados foram reunidos pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que representa os produtores tanto de automóveis, leves e pesados, como de máquinas empregadas nos setores agrícola e de construção.

De acordo como Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, os dados de exportações foram decisivos para a indústria nacional, que apresentou um crescimento de apenas 5,4% na produção total em 2022.  As vendas internas caíram 0,7%. “Ao analisar um investimento numa filial, as matrizes de nossas indústrias não pensam apenas no mercado local”, diz. “Elas também avaliam o potencial de um país em promover exportações.”

De acordo com a Anfavea, houve ainda uma mudança expressiva no destino dos carros brasileiros no ano passado. A Argentina, tradicional parceira do Brasil nesse campo, representou 29% dos destinos dos veículos nacionais (veja quadro 2 abaixo). Em 2021, porém, esse número era de 35%.

Para Lima Leite, tal queda é preocupante. “E acredito que ela deve ser considerada uma das agendas prioritárias do nosso setor”, afirma, referindo-se aos contatos que o segmento tem mantido com o governo federal. “Quando a indústria automotiva global pensa em investimentos na região, sempre imagina o Brasil e a Argentina como um só mercado. Nesse sentido, esse desbalanceamento acende uma luz de alerta para nós.”

Na avaliação da Anfavea, a queda de exportações para a Argentina está ligada a restrições impostas às importações nacionais pelo país vizinho, que vive uma forte crise econômica, com inflação próxima a 100% ao ano.

Apesar da queda de participação dos argentinos no bolo das exportações nacionais, houve avanços em mercados como a Colômbia e o Chile. Também foi mantida a cota de remessas de veículo automotores para o México, os segundo maior mercado para a indústria brasileira no exterior.

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