Ex-donos do Kabum dizem que sofreram “retaliação” do Magalu
Criadores do Kabum afirmam que foram afastados da direção porque contestaram na Justiça a venda da plataforma de e-commerce para o Magalu
atualizado
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Os irmãos Leandro e Thiago Ramos, criadores do Kabum, a maior plataforma de e-commerce da América Latina no segmento de tecnologia e games, afirmam que sofreram uma “retaliação” do Magazine Luiza, o Magalu, por questionarem na Justiça o processo de aquisição da companhia, em 2021.
A alegação foi feita em uma notificação extrajudicial enviada nessa terça-feira (28/2) pelos advogados dos irmãos Ramos ao CEO do Magalu, Frederico Trajano, e à atual direção do site, cuja venda pelo valor de R$ 3,5 bilhões foi intermediada pelo banco Itaú BBA.
Na segunda (27/2), os irmãos Ramos foram afastados da direção do Kabum, na qual permaneciam como co-presidentes, apesar da venda da plataforma. A medida resultou de uma decisão de Assembleia Geral Extraordinária do Kabum, na sexta-feira (24/2).
Ela autorizou o início de uma investigação interna para apuração de eventuais violações contratuais cometidas por Leandro e Thiago. Consultado, o Magazine Luiza não quis se manifestar sobre o conteúdo da notificação.
No texto do documento, contudo, enviado por e-mail ao CEO do Magazine Luiza, os irmãos contestam essa versão. Dizem que foram afastados da direção da plataforma, que definem como um “ativo lucrativo” enquanto esteve sob o comando da dupla, sem nenhum fundamento a não ser a mencionada “retaliação pessoal”.
Nas últimas semanas, os criadores do Kabum entraram com duas medidas na Justiça. Uma delas foi contra o Itaú BBA (de produção antecipada de provas, que corre nas 24ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo). Outra teve como alvos o banco e o Magazine Luiza (protesto interruptivo de prescrição, em andamento na 1ª Vara Empresarial de São Paulo).
Na notificação, os irmãos citam que, durante o processo de afastamento de funcionários do Kabum, também na segunda, as câmeras internas de segurança da sede da empresa, em Limeira, no interior de São Paulo, foram desligadas.
Entre outros pontos, eles também alegam que foram afastados da companhia para que não recebam o remanescente da venda do Kabum. O valor do negócio foi de R$ 3,5 bilhões. Desse total, R$ 1 bilhão foi quitado à vista e o restante, em ações. O acordo previa ainda um bônus em papéis da Magalu, a ser pago em em janeiro de 2024. Esse pagamento, contudo, estava condicionado ao cumprimento de metas de desempenho.