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Evergrande retoma negócios na Bolsa de Hong Kong e dispara quase 30%

Mesmo com a alta das ações da Evergrande, os principais índices das Bolsas de Valores na Ásia fecharam o dia em baixa

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Reprodução/SOPA images via Getty Images
HONG KONG, CHINA - 2021/09/20: China Evergrande Centre sign seen on the front of their building. Fears of China property group Evergrande defaulting on debt have investors worried about the potential impact on the wider global economy. These concerns dragged Hong Kong stocks towards to a one-year low. (Photo by Katherine Cheng/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)
1 de 1 HONG KONG, CHINA - 2021/09/20: China Evergrande Centre sign seen on the front of their building. Fears of China property group Evergrande defaulting on debt have investors worried about the potential impact on the wider global economy. These concerns dragged Hong Kong stocks towards to a one-year low. (Photo by Katherine Cheng/SOPA Images/LightRocket via Getty Images) - Foto: Reprodução/SOPA images via Getty Images

A Evergrande, gigante do setor imobiliário na China, retomou nesta terça-feira (3/10) as negociações na Bolsa de Valores de Hong Kong.

A reativação dos negócios da companhia acontece cinco dias depois de as ações da Evergrande terem sido suspensas do pregão em Hong Kong, em meio a uma nova crise na empresa.

Em seu retorno à Bolsa, a Evergrande fechou o dia com uma forte alta de 29% nos papéis. Durante a sessão, a valorização dos ativos chegou a ultrapassar 60%.

Na semana passada, veio à tona a informação de que o presidente e fundador da Evergrande, Hui Ka Yan, havia sido detido pelas autoridades chinesas e estaria em prisão domiciliar.

A Evergrande é alvo de uma investigação de órgãos regulatórios da China. Há duas semanas, a polícia de Shenzhen informou que havia prendido outros funcionários da companhia.

Hui Ka Yan, hoje com 64 anos, fundou a Evergande em 1996. A companhia se tornou a maior incorporadora residencial da China, mas acumulou dívidas nos últimos anos, até deixar de pagar suas obrigações internacionais em 2021.

Bolsas em queda

Mesmo com a alta das ações da Evergrande, os principais índices das Bolsas de Valores na Ásia fecharam o dia em baixa.

As perdas foram lideradas justamente por Hong Kong – o índice Hang Seng caiu 2,69%, aos 17,3 mil pontos, pressionado pela queda de outros papéis ligados ao setor imobiliário.

Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 1,64%, aos 31,2 mil pontos. Em Taiwan, o Taiex teve perdas de 0,62%, aos 16,4 mil pontos.

Por causa de feriados, não houve pregão na China Continental e na Coreia do Sul.

Novo calote

Na semana passada, a Evergrande informou que está impossibilitada de emitir novos títulos, em meio à crise de liquidez enfrentada pela companhia, o que agrava a situação já delicada do mercado imobiliário do país asiático.

Em comunicado apresentado à Bolsa de Valores de Hong Kong, a Evergrande afirmou que a subsidiária Hengda Real Estate é alvo de uma investigação da Comissão Reguladora de Valores da China por supostamente violar as normas de divulgação de informações.

De acordo com a Evergrande, essa investigação impede que a empresa emita novos títulos.

Proteção contra falência

Em meados de agosto, a Evergrande pediu proteção contra a falência nos Estados Unidos.

A companhia recorreu a um instrumento denominado Chapter 15, da Lei de Falências dos Estados Unidos, que trata de processos internacionais de recuperação judicial que tiveram início em outros países.

A regra permite às empresas estrangeiras terem seu processo estendido aos EUA, protegendo ativos que possuem no país.

O pedido da construtora chinesa se refere a procedimentos de reestruturação em Hong Kong e nas Ilhas Cayman.

A Evergrande tenta, há meses, concluir um plano de reestruturação de sua dívida. Em abril, a companhia informou que não contava com o apoio necessário dos credores para colocar o plano em prática.

Há duas semanas, a Sunac, outra grande empresa do setor imobiliário chinês, também apresentou um pedido de proteção contra falência nos EUA. No fim do ano passado, as dívidas da Sunac giravam em torno de 1 bilhão de yuans, o equivalente a US$ 137 milhões.

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