EUA: com trégua da inflação, Federal Reserve interrompe alta de juros
Após 10 altas seguidas, Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, manteve juros básicos da economia americana em um intervalo de 5% a 5,25%
atualizado
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Confirmando as expectativas a maioria dos analistas, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) decidiu manter inalterada a taxa básica de juros da economia americana. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (14/6).
Com isso, os juros básicos permanecem em um intervalo de 5% a 5,25% ao ano, o maior patamar desde 2007. Antes de interromper o ciclo de alta dos juros, o Fed aumentou a taxa 10 vezes consecutivas, a partir de março de 2022.
Na última reunião do Fed, no início de maio, a taxa havia aumentado em 0,25 ponto percentual.
“Manter o intervalo da meta estável nesta reunião permite ao comitê avaliar informações adicionais e suas implicações para a política monetária”, diz o Fed no comunicado que acompanha a decisão. “Ao determinar a extensão do endurecimento adicional da política que pode ser apropriado para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo, o comitê levará em conta o aperto cumulativo da política monetária, os atrasos com os quais a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os fatores econômicos e financeiros.”
No comunicado, o Fed afirma que “continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas”. “O comitê estaria preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado, caso surgissem riscos que pudessem impedir o alcance de suas metas. As avaliações do comitê levarão em conta uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação, e desenvolvimentos financeiros e internacionais.”
Inflação dá trégua
A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos Bancos Centrais para conter a inflação.
O Índice de Preços ao Consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês) desacelerou em maio, ficando em 0,1%, na comparação com o mês anterior. No acumulado de 12 meses, o índice desacelerou de 4,9% para 4%. O resultado veio abaixo das projeções do mercado.
Queda dos juros? Não tão cedo
Apesar da pausa na elevação dos juros, um cenário de queda da taxa básica ainda está distante, segundo analistas. Para Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, “a taxa de juros, no fim do ciclo, ainda deve alcançar um patamar pouco acima do atual”.
“Essa pausa não deve significar, no entanto, o fim definitivo do ciclo de alta de juros. Acreditamos que os juros devem permanecer elevados por um longo período, para desacelerar a inflação. Não prevemos cortes nos juros até meados de 2024”, afirma.