Estudo prevê piora nas vendas do varejo entre fevereiro e abril
Queda em relação ao período de janeiro a março pode chegar a 3,7%, segundo pesquisa feita em parceria pelo Ibevar e FIA Business School
atualizado
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As vendas no varejo devem recuar até 3,4% entre fevereiro e abril, em relação a projeções feitas para o período de janeiro a março. É isso o que indica uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), em parceria com a FIA Business School, divulgada com exclusividade pelo Metrópoles.
O estudo mostra que as vendas do setor podem cair 1,7% nesse período, se considerado o conceito de varejo restrito. No caso, ele exclui ossegmentos de veículos e material de construção. Incluídos esses setores, a taxa de redução alcança os mencionados 3,4%.
De acordo com a pesquisa, as perspectivas para o setor pioraram em relação ao levantamento anterior. Na última projeção feita pelo Ibevar/FIA Business School, para o período de janeiro a março, os percentuais de queda eram 0,26% (varejo restrito, agora de 1,7%) e 1,96% (ampliado, que passou para 3,4%).
Redução generalizada
Dos onze segmentos monitorados no levantamento, seis apresentaram queda na avaliação de janeiro a março. Agora, contudo, nove setores deles têm previsão de recuo nas projeções para o período de fevereiro a abril.
As maiores reduções devem ocorrer em áreas como tecidos e vestuário (-14,3%), material para escritório (- 6,9%), artigos de uso pessoal (-6,1) e livros e papelaria (-6%). A seguir, figuram veículos (- 4,9%), móveis e eletrodomésticos (-4,2%), artigos farmacêuticos (- 1,7%), supermercados (-1,2%) e material de construção (- 0,09%). A estabilidade é estimada para apenas dois segmentos: combustíveis e alimentos. Ou seja, não há previsão de crescimento de nenhum ramo do varejo.
Para Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, os números negativos são resultado de uma combinação de fatores. “Embora o Banco Central venha reduzindo a taxa básica, os juros na ponta para o consumidor final caíram muito pouco”, diz. “Além disso, a inadimplência, em que pese as iniciativas do governo, volta a dar sinais de recrudescimento.”