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Estado de quase 70% das rodovias brasileiras é precário, diz CNT

Análise da entidade indica que problemas no pavimento das estradas, por exemplo, aumentam em quase 33% o custo dos transportes

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Andre Borges/Especial Metrópoles
Acidentes em rodovias federais têm primeira alta após 9 anos de queda
1 de 1 Acidentes em rodovias federais têm primeira alta após 9 anos de queda - Foto: Andre Borges/Especial Metrópoles

Um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgado nesta quarta-feira (29/11), mostra que 67,5% das estradas brasileiras apresentam algum tipo de problema, com estado de conservação classificado como regular, ruim ou péssimo.

De acordo com a entidade, as condições das rodovias têm impacto direto na economia – e no bolso da população. Problemas com o pavimento, por exemplo, aumentam em 32,7% o custo operacional do transporte, o que se reflete na competitividade do país e no preço dos produtos.

A pesquisa foi feita numa extensão de 111.502 quilômetros de rodovias federais e estaduais. Em relação ao ano passado, os números mantiveram-se estáveis, embora tenham registrado uma leve piora. Em 2022, 66% das estradas foram definidas como regulares, ruins ou péssimas.

Pior no Norte

O Norte do país, segundo o estudo, tem a pior malha. Apenas 19,9% das vias foram consideradas ótimas ou boas. Ali, também foi identificado o maior custo operacional decorrente da má conservação. A pavimentação ruim torna o transporte até 42,5% mais caro na região. O Sudeste tem as melhores estradas. Ainda assim, 56,7% registraram algum tipo de problema. 

Escassez de recursos

A CNT calculou o montante necessário para recuperar as rodovias no Brasil, em R$ 94,12 bilhões em obras emergenciais de reconstrução e manutenção. A pesquisa aponta que o total de recursos autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária no Brasil em 2023 foi de R$ 15 bilhões, ou seja, cerca de 16% do definido como necessário pela entidade. 

Mais de 2 mil pontos críticos

O trabalho envolveu 20 equipes que, além da inspeção in loco, produziram vídeos e fotos das adversidades encontradas. Foram identificados 2.648 pontos críticos, que necessitam de intervenções urgentes para evitar acidentes, melhorar a fluidez dos veículos e reduzir custos.

Eles incluem 207 trechos com quedas de barreira, com deslocamento do material de encostas sobre a rodovia que provoca obstrução, e cinco pontes ou viadutos caídos, com dano estrutural que impossibilita a transposição e ocasiona a interrupção total do fluxo de tráfego. 

Além disso, foram localizados 504 pontos de erosão nas pistas, 1.803 buracos definidos como “grandes”, 67 pontes estreitas e 62 outros tipos de entraves que atrapalham a fluidez do tráfego. 

De acordo com o levantamento, as estradas administradas pelos governos federal e estadual pioraram, com indicador negativo que passou de 76,6% para 77,1% de 2022 para 2023. Em relação aos trechos concedidos à iniciativa privada, 64,1% foram considerados em bom estado de conservação.

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