Erro de funcionário provocou caos na Bolsa de Nova York
Funcionário da Bolsa americana teria esquecido de desligar corretamente centro de backup de dados, que garante a normalidade do sistema
atualizado
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Um erro humano foi responsável por fortes oscilações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) que levaram caos ao mercado financeiro americano na terça-feira (24/1).
Segundo informações da Bloomberg, com base em relatos de pessoas que têm conhecimento direto sobre as operações internas da Bolsa americana, um funcionário teria esquecido de desligar corretamente os chamados sistemas de recuperação de desastres – uma espécie de centro de backup de dados que serve, justamente, para garantir o funcionamento normal das negociações do mercado.
Esse descuido afetou ações de mais de 250 empresas, entre as quais Wells Fargo, McDonald’s, Walmart e Morgan Stanley, levando a oscilações que chegaram a 25 pontos percentuais em apenas alguns minutos.
A Bolsa de Nova York teve de cancelar milhares de negociações, o que gerou grande prejuízo, que ainda está sendo estimado. “Eles vão precisar explicar isso melhor. Embora sistemas falhem, a tolerância é zero quando se trata de abertura e fechamento do mercado”, afirmou à agência de notícias Joseph Saluzzi, sócio e cofundador da Themis Trading.
Os investidores prejudicados pelos movimentos devem recorrer à NYSE. Se confirmada a falha do sistema, é possível pedir um reembolso das perdas. Uma regra chamada de “Execução Claramente Errada” permite ainda a revisão de qualquer ordem executada a partir de um erro óbvio.
Episódios desse tipo são raros, mas não inéditos. No ano passado, a mesa de operações do Citigroup, em Londres, esteve por trás de um crash que derrubou ações em toda a Europa. No Canadá, a pane de um software provocou uma interrupção de 40 minutos em três Bolsas de Valores. Outro incidente, em maio de 2010, levou o Nasdaq, a Bolsa americana que concentra empresas de tecnologia, a cancelar negociações de 286 títulos que caíram ou subiram mais de 60%.