Entenda em quatro pontos como será a “complexa” privatização da Sabesp
Venda da estatal paulista deve ser concluída em 22 de julho. Processo é singular e inclui a definição de um “acionista de referência”
atualizado
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O governo de São Paulo divulgou na sexta-feira (21/6) detalhes sobre a privatização da Sabesp. O modelo adotado pela administração paulista é pouco usual e traz diferenças significativas em relação a desestatizações anteriores, realizadas na Bolsa brasileira (B3). Confira, a seguir, como será a venda da estatal.
1.Controle
A privatização deve ser concluída em 22 de julho. O estado de São Paulo detém 50,3% do capital da companhia de saneamento. A venda será feita por meio de uma oferta pública (ou subsequente) de ações (“follow-on”, no jargão, em inglês). Ao final do processo, o governo paulista vai ficar com 18,3% dos papéis – ou seja, perderá o controle da empresa.
2. Acionista de referência
Isso quer dizer que o governo oferecerá ao mercado 32% das ações da empresa (a diferença entre os 50,3% e os 18,3%). A peculiaridade do processo consiste no fato de 15% dos papéis serem destinados a um “acionista de referência”, cujo nome será conhecido em 16 de julho – antes do fim do processo de privatização, portanto. O grupo vencedor indicará o presidente do conselho de administração da companhia e um terço dos integrantes desse órgão gestor. Concorrem à posição, consórcios liderados pela Aegea, Equatorial e pelo empresário Nelson Tanure.
3. Escolha do acionista de referência
As propostas dos candidatos a acionistas de referência serão apresentadas com base no preço por ação da empresa entre os dias 24 e 28 de junho. As duas melhores ofertas passam para a próxima etapa.
A seguir, investidores pessoas físicas e fundos fazem pedidos de compras de papéis, escolhendo um dos candidatos a acionista de referência. Vence a proposta de quem atrair o maior número de interessados.
Mas, se o interessado em se tornar acionista de referência tiver maior demanda entre investidores, mas oferecer um preço menor por ação, ele poderá bancar a diferença e vencer a disputa.
4. Ações pulverizadas no mercado
Dos 32% das ações oferecidas pelo governo, 17% serão vendidas a partir de 1º de julho. Os papéis poderão ser comprados por investidores aptos a operar no mercado de ações, incluindo pessoas físicas.
O governo paulista também vai oferecer as ações da Sabesp a investidores estrangeiros, nos chamados “roadshows”. Eles estão previstos para acontecer entre 24 e 28 de junho nos Estados Unidos; entre 1º a 5 de julho na Europa; e de 8 a 12 de julho no Brasil.