Endividamento das famílias volta a subir, diz BC
Nível de endividamento das famílias com o sistema financeiro nacional passou de 49,6%, em setembro, para 49,8%, em outubro
atualizado
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O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro nacional voltou a registrar alta em outubro e se aproximou do recorde da série histórica, informou nesta terça-feira (27/12) o Banco Central (BC).
De acordo com a instituição, o nível de endividamento das famílias passou de 49,6%, em setembro, para 49,8%, em outubro. O pico da série foi alcançado em julho (50,1%).
Descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 31,6% em outubro, ante 31,4% em setembro.
Ainda de acordo com o BC, o comprometimento de renda das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 28,2% em outubro, mesmo percentual registrado no mês anterior e maior índice da série histórica.
Sem levar em consideração os empréstimos imobiliários, a taxa fica em 26,1%, também o mesmo índice de setembro.
Preocupação número 1 para 2023
Em entrevista ao Metrópoles, o diretor-executivo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), Daniel Lima, classificou a inadimplência como a maior preocupação para o país neste momento, ao lado da inflação.
“Elas se retroalimentam. A taxa de juros responde a uma inflação alta. Quanto maior a inflação, maior a taxa de juros. Isso corrige o saldo das dívidas por uma taxa de juros maior. No frigir dos ovos, são problemas da mesma natureza”, afirma.
“Você tem um aumento expressivo dos juros, o que aumenta o comprometimento da renda, e a pessoa privilegia os gastos fundamentais com alimentação, vestuário, saúde, principalmente nesses momentos em que o dinheiro está mais curto. Assim, a parcela do banco acaba atrasando e gera essa inadimplência. Se eu tiver de escolher apenas um, acredito que a inadimplência é o nosso principal ponto de atenção.”