Endividada e em reestruturação, Tok&Stok estuda fusão com a Mobly
A Mobly confirmou, em comunicado ao mercado, que teve conversas com controladores da Tok&Stok para tratar de uma possível fusão
atualizado
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A saída para a crise da Tok&Stok pode ser uma fusão com a Mobly, empresa concorrente no segmento de móveis e decoração. Endividada e com dificuldade para rolar os débitos, a Tok&Stok contratou a consultoria Alvarez & Marçal no mês passado para conduzir uma reestruturação.
As conversas para a operação foram confirmadas na tarde desta sexta-feira (10/3) pela Mobly, companhia de capital aberto, em um comunicado ao mercado.
“A Companhia (Mobly) esclarece que acompanha atentamente o mercado de móveis e decoração brasileiro, assim como todas as empresas que o compõem e esteve em conversas recentes com a Tok&Stok, porém, no momento, não possui qualquer acordo vinculante, de exclusividade ou envio de qualquer oferta referente a uma fusão com a referida empresa”, escreveu a empresa, no comunicado.
A informação foi divulgada inicialmente pelo jornal Valor Econômico.
A Tok&Stok é controlada pela gestora SPX, que adquiriu a participação no negócio de móveis e decoração em 2021. ao “herdar” a carteira de ativos da gestora Carlyle no Brasil.
Setor em apuros
A crise da Tok&Stok é mais um capítulo dos apuros que o setor de móveis e decoração enfrenta no Brasil. A Etna, marca que pertencia à família Kaufman (dona da rede de lojas de joias Vivara), fechou as portas em meados do ano passado. A rede, que chegou a ter 18 lojas no auge, fez um saldo de até 90% de desconto e fechou as portas de vez das últimas unidades.
A Etna e a Tok&Stok surgiram como uma alternativa ao consumidor de classe média-baixa e classe média, que buscava móveis de melhor qualidade e de design mais refinado, mas que não podia acessar os fornecedores mais caros.
Era um modelo inspirado na Ikea, rede sueca que tem mais de 400 lojas espalhadas pelo mundo. A questão-chave era oferecer móveis e decoração produzidos em escala industrial, com design limpo e simples, em megalojas que traziam itens capazes de equipar a casa toda.
O modelo se provou duvidoso no Brasil. Primeiro porque a Etna, que abertamente foi inspirada na Ikea, fechou as portas. Segundo porque a própria Ikea tem planos para abrir lojas na América do Sul até 2025, mas não colocou o Brasil na lista de prioridades.