Em texto no site do PT, Campos Neto é chamado de “lacaio” e “capacho”
Partido publica texto em seu site no qual afirma que Roberto Campos Neto cometeu “um dos mais graves atentados contra o povo brasileiro”
atualizado
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Apesar de a inflação ter arrefecido no Brasil muito por causa do endurecimento da política monetária pelo Banco Central (BC), o Partido dos Trabalhadores (PT) voltou a subir o tom dos ataques contra Roberto Campos Neto, presidente da instituição.
Em um texto publicado no site oficial do PT na sexta-feira (21/7), intitulado “Campos Neto mira destruir soberania com plano de ‘privatizar’ reservas internacionais”, o partido de Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chama o presidente do BC de “lacaio” e “capacho” do sistema financeiro.
No texto, o PT critica declarações de Campos Neto em uma entrevista à gestora de fundos americana BlackRock, a maior do mundo, na qual ele defendeu “terceirizar” a gestão das reservas brasileiras.
“O bolsonarista Roberto Campos Neto comete agora um dos mais graves atentados contra o povo brasileiro já vistos na história recente do país”, diz o texto publicado no site do PT.
“Reafirmando o papel de lacaio do sistema financeiro, Neto revelou o mais novo plano para destruir a soberania nacional: terceirizar a gestão de ativos brasileiros. Em outras palavras, entregar ao capital especulativo estrangeiro as reservas internacionais do Brasil, hoje estimadas em US$ 380 bilhões graças aos governos do PT”, prossegue a publicação.
Ainda de acordo com o texto veiculado no site do PT, “a reação à petulância do capacho do capital financeiro, envolvido até o pescoço em um ataque contra o Brasil tão grave quanto a tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro, veio à altura”. O partido, em seguida, cita declarações da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ).
Relação conflituosa
Nas últimas semanas, o PT e setores do governo voltaram a criticar duramente Campos Neto. Lula, Haddad e integrantes do primeiro escalão do Executivo federal cobraram a queda da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, no início de julho, o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Gabriel Galípolo, indicado por Lula e Haddad para a Diretoria de Política Monetária do BC, admitiu que tinha o papel de tentar diminuir os atritos entre o governo o governo Lula e Campos Neto.
Questionado se as críticas de Lula ao BC prejudicam, de alguma forma, essa relação institucional entre o Executivo e a autoridade monetária, Galípolo disse que “o presidente tem liberdade e legitimidade para falar sobre o que ele quiser”.