Em revisão de acordo, FMI libera mais US$ 7,5 bilhões para Argentina
Desde a retomada da democracia na Argentina, em 1983, já houve 13 acordos com o FMI. Fundo prevê repasse de US$ 44 bilhões em 30 meses
atualizado
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A diretoria executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou, na quarta-feira (23/8), uma nova revisão do acordo com a Argentina, garantindo a liberação imediata de US$ 7,5 bilhões (o equivalente a R$ 36,7 bilhões).
Segundo o órgão internacional, os recursos já estarão disponibilizados ao país a partir desta quinta-feira (24/8). Pelo acordo, o governo argentino terá de repassar parte desse valor para outros países que emprestaram dinheiro à Argentina.
O país da América do Sul, que enfrenta uma grave crise econômica, havia firmado com o FMI um programa de crédito que prevê o repasse de US$ 44 bilhões em 30 meses. Em troca, o Banco Central argentino aumentaria suas reservas internacionais e o governo se comprometeria a diminuir o déficit fiscal.
De acordo com o FMI, o total de desembolsos referentes a esse acordo inicial com a Argentina já chega a US$ 36 bilhões. Desde a retomada da democracia na no país, em 1983, já houve 13 acordos com o fundo.
Metas não cumpridas
O ministro da Economia e candidato do governo à Presidência da Argentina, Sergio Massa, comemorou o novo repasse do FMI ao país. Segundo Massa, o montante “garante um marco de estabilidade até o final de novembro”, quando deve ocorrer uma nova revisão do acordo.
Em comunicado, o FMI ponderou que, desde as revisões do acordo realizadas no fim de março deste ano, “os principais objetivos do programa não foram alcançados, em consequência da seca sem precedentes e de mudanças nas políticas” do país. O órgão, então, aprovou “isenções por descumprimento” das metas.
“Também foram aprovadas mudanças no objetivo de acúmulo de reservas, bem como nos objetivos de déficit fiscal primário e de financiamento monetário do déficit”, informou o FMI.
Na próxima revisão do acordo entre FMI e Argentina, em novembro, devem ser desembolsados mais US$ 2,5 bilhões para o país, desde que o governo cumpra as metas estabelecidas.
Crise e eleição
Com uma inflação estrondosa, que ultrapassa 100% ao ano, a Argentina enfrenta escassez de reservas monetárias internacionais, ao mesmo tempo em que há uma forte demanda por dólares.
O país, que está em pleno processo eleitoral para a sucessão do presidente Alberto Fernández, terá o primeiro turno das eleições no dia 2 de outubro. Caso nenhum dos candidatos alcance 45% dos votos válidos, haverá um segundo turno, marcado para 19 de novembro.