Em meio a impasse com credores, Light anuncia troca de CEO
Octávio Pereira Lopes deixará o cargo e será substituído por Alexandre Nogueira, atual diretor regulatório e de relações institucionais
atualizado
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Em meio a um impasse na negociações com credores, a Light anunciou nesta terça-feira (17/10), por meio de um comunicado ao mercado, que realizará uma troca no comando da empresa.
O atual CEO, Octávio Pereira Lopes, deixará o cargo e será substituído por Alexandre Nogueira, atual diretor regulatório e de relações institucionais da Light.
Segundo a companhia, Lopes permanecerá no comando até o dia 31 de dezembro deste ano – ou até a conclusão da reestruturação financeira que está em curso, caso ela se encerre antes desse prazo.
A mudança no comando da Light foi aprovada em reunião do Conselho de Administração da empresa. A informação tende a ser bem recebida pelos credores, que, em sua maioria, aprovam o perfil de Nogueira.
Parte do conselho atribuía a Octávio Lopes a decisão da Light de recorrer à recuperação judicial, que é contestada na Justiça.
Light em crise
A Light tem uma dívida total estimada em R$ 11 bilhões. A empresa distribui energia para 31 cidades do estado do Rio de Janeiro.
O pedido de recuperação judicial, aceito pela Justiça, foi apresentado pela holding Light S.A., e não pela distribuidora Light Serviços de Eletricidade S.A. Segundo a legislação, concessionárias de serviços públicos de energia não podem recorrer à recuperação judicial ou extrajudicial.
A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, com o objetivo de evitar o encerramento das atividades, as demissões e a falta de pagamento aos funcionários.
Recuperação judicial em xeque
Como noticiado pelo Metrópoles, o plano de recuperação judicial da Light não foi bem recebido pelo Grupo de Debenturistas da Light Sesa, composto por credores da companhia de energia.
No início de setembro, o Conselho de Administração da empresa decidiu dar início às discussões de um plano que acelere o fim do período sob proteção judicial, segundo informações do jornalista Lauro Jardim, colunista de O Globo.
A mudança na estratégia da empresa estaria relacionada à urgência para atingir as condições necessárias para a renovação da concessão da Light Sesa, distribuidora de energia do grupo no Rio de Janeiro. O contrato vence em 2026.
Para receber a chancela da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Ministério de Minas e Energia, é necessário dar garantias de sustentabilidade financeira da operação. Em uma recuperação judicial, algumas amarras burocráticas poderiam atrapalhar o processo.