Em 50 dias de testes, Drex tem 500 transações e 11 bancos operando
O Drex será a primeira moeda digital oficial do Brasil. Trata-se de uma representação da cédula física do real, em plataforma 100% digital
atualizado
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Em 50 dias do projeto-piloto do Drex, a futura moeda digital do Brasil, foram realizadas 500 transações bem sucedidas, com a participação de 11 instituições financeiras. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (13/9) pelo Banco Central (BC).
De acordo com a autoridade monetária, os participantes da fase de testes do Drex começaram a ser incorporados à plataforma no fim de julho. Desde então, vários tipos de operação têm sido simuladas. A primeira emissão de títulos públicos federais via Drex, para fins de simulação, foi feita na segunda-feira (11/9).
“Cada um dos participantes já habilitados recebeu uma cota da versão para simulação dos títulos públicos e, a partir de então, podem iniciar também a simulação de procedimentos de compra e venda desses títulos entre eles e entres clientes simulados”, informou o BC.
“Vários tipos de operações têm sido simuladas tanto no atacado quanto no varejo – como criação de carteiras, emissão e destruição de Drex e transferências simuladas entre bancos e entre clientes. Todos os participantes conectados já realizaram ao menos alguns desses tipos de transações, sendo que cerca de 500 operações foram conduzidas com sucesso”, prosseguiu a autoridade monetária.
“Todas essas transações são apenas simuladas e se destinam ao teste de infraestrutura básica do Drex, que ainda não conta com soluções de proteção à privacidade, que serão testadas ao longo do Piloto Drex.”
A primeira etapa da fase de testes do Drex deve terminar em meados de 2024.
Drex
O Drex será a primeira moeda digital oficial do Brasil. Em linhas gerais, trata-se de uma representação da cédula física do real, só que disponibilizada em uma plataforma 100% digital.
A futura moeda digital seguirá exatamente os mesmos fundamentos e padrões de valor e estabilidade que vigoram no caso do real físico. Ela será emitida pelo BC e funcionará com uma extensão da moeda física. Sua distribuição ao público será feita por meio de bancos e instituições de pagamento.
Segundo o BC, o Drex poderá ser utilizado em todas as atividades financeiras disponíveis atualmente, como empréstimos, seguros ou investimentos. Novas possibilidades de uso, como em “contratos inteligentes”, também são consideradas. No caso da venda de um veículo, por exemplo, não haveria a discussão se caberia ao comprador depositar o valor antes de pegar o carro ou se o vendedor teria de transferir os documentos antes de receber o dinheiro. Todo o processo seria feito instantaneamente, por meio de um contrato automatizado, o que reduziria a burocracia.
Ainda de acordo com a autoridade monetária, uma das diretrizes seguidas para a criação do Drex é a interoperabilidade – capacidade de um sistema de se comunicar com outro – com os meios de pagamento disponíveis atualmente.
Com isso, diz o BC, os usuários da moeda digital poderão fazer pagamentos em lojas, por exemplo, por meio de seu prestador de serviço de pagamento – seja um banco ou outra instituição autorizada pelo BC –, além do Pix.
Uma outra possibilidade de uso do Drex é na transferência de reais digitais para outras pessoas. Nessa transferência, esses valores poderão se transformar em um depósito bancário convencional e os beneficiários podem sacar o dinheiro em cédulas.