Efeitos da reforma só serão sentidos no longo prazo, diz economista
Para Benito Salomão, reforma “reduz o contencioso tributário entre governo e empresas”. “Só por esse motivo, ela já é um grande avanço”, diz
atualizado
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A reforma tributária, aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados na noite de quinta-feira (6/7), deve diminuir o contencioso judicial entre governo e empresas e tem potencial para aumentar o ritmo de crescimento da economia brasileira. Mas seus efeitos só serão sentidos no longo prazo.
A avaliação é do economista Benito Salomão, doutor em economia pelo PPGE-UFU e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Segundo ele, a proposta – que ainda precisa ser aprovada em dois turnos pelo Senado – deve ser o grande legado do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (veja o que melhora e o que piora com o novo texto).
“Temos de ter clareza de que a reforma tributária, assim como a reforma trabalhista (aprovada em 2017, no governo de Michel Temer), é uma reforma que vai tornar a economia brasileira mais produtiva e aumentar o PIB potencial da economia brasileira, mas seus efeitos são mais de longo prazo. Não são para agora”, afirma Salomão.
“Ainda resta a aprovação pelo Senado, temos de esperar para ver o que vai sair de lá. Mas a reforma me deixa otimista porque reduz o contencioso tributário entre governo e empresas. Só por esse motivo, ela já é um grande avanço”, diz o economista.
Para Salomão, outro ponto positivo é a simplificação do complexo sistema tributário brasileiro.
“A reforma também facilitará a cobrança e a arrecadação desses impostos. Ela é neutra do ponto de vista da carga tributária, sem previsão de aumento de impostos. É uma medida benéfica ao país. Talvez a grande medida deste governo”, afirma.