Donos da Braiscompany viram réus em ação sobre pirâmide cripto
Antonio Inacio da Silva Neto e Fabricia Farias Campos, donos da Braiscompany, estão foragidos, possivelmente na Argentina, segundo a PF
atualizado
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O juiz federal Vinícius Costa Vitor, da 4ª Vara de Justiça Federal da Paraíba, acolheu um pedido apresentado pelo Ministério Público e tornou réus os donos da Braiscompany, Antonio Inacio da Silva Neto e Fabricia Farias Campos. O casal está foragido.
Outros 11 integrantes de um suposto esquema de pirâmide financeira também se tornaram réus na ação penal. A decisão foi publicada na terça-feira (8/8).
A Braiscompany é uma empresa de criptoativos suspeita de cometer crimes contra o sistema financeiro. A Polícia Federal (PF) suspeita que tenham sido movimentados ilegalmente cerca de R$ 2 bilhões em criptoativos nos últimos quatro anos.
Chama-se de pirâmide financeira um esquema irregular e insustentável que gera dinheiro por meio da adesão desenfreada de novos participantes. Pode haver ou não a venda de produtos ou serviços.
A decisão judicial foi tomada cerca de duas semanas depois de a PF indiciar 16 integrantes do suposto esquema. Segundo a corporação, o casal está foragido, possivelmente na Argentina. Ambos são alvo de um mandado de prisão.
Ainda de acordo com as investigações, o casal teria contado com a colaboração de cinco pessoas para fugir do Brasil.
O caso Braiscompany
Como o Metrópoles mostrou em reportagens publicadas no início do ano, a Braiscompany “alugava” bitcoins de clientes. Os criptoativos ficavam custodiados em uma carteira gerida pela companhia. Em troca, ela oferecia retornos com taxas que poderiam variar de 6% a 8% ao mês.
Clientes afirmam que, ao menos desde dezembro de 2022, os depósitos dos rendimentos estão atrasados. O problema pode atingir cerca de 12 mil investidores de todos os portes e um montante de R$ 600 milhões, embora sua real dimensão ainda seja desconhecida.
Desde o fim de janeiro, o Ministério Público da Paraíba (MP-PB) apura denúncias contra a Braiscompany. A análise do MP tomou como base acusações feitas por investidores que receberam os rendimentos estabelecidos em contrato feitos com a companhia.