metropoles.com

Dono da Petra Gold é acusado de comprar mansão com dinheiro desviado

Eduardo Monteiro Wanderley, sócio da Petra Gold, pediu para maquiar retirada de R$ 5,3 milhões para comprar mansão no Rio, dizem testemunhas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
EDUARDO WANDERLEY, DONO DA PETRA GOLD
1 de 1 EDUARDO WANDERLEY, DONO DA PETRA GOLD - Foto: Reprodução

São Paulo — Dono da Petra Gold, empresa que foi alvo de operação da Polícia Federal (PF), nessa quarta-feira (6/12), por emitir mais de R$ 300 milhões em debêntures sem autorização e dar um tombo no mercado financeiro, o empresário Eduardo Monteiro Wanderley mantinha uma vida de luxo, com direito a mansão e barcos, bancada por dinheiro desviado da companhia, segundo depoimentos de testemunhas.

A ex-contadora da Petra Gold, Bruna Monteiro, relatou à PF que teve seu primeiro “ruído” com Eduardo Wanderley quando “ele determinou” que ela “arrumasse uma solução para a saída de R$ 5.300.000,00 do caixa da empresa” porque “ele havia comprado uma casa no bairro da Gávea e tinha que pagar”. Segundo ela, a mansão na cidade do Rio de Janeiro foi paga à vista.

Ela afirmou ter lançado o valor como um “empréstimo ao sócio”, mas que “Eduardo queria que fosse lançado como adiantamento de dividendos” para esconder a operação do balanço da empresa. “Eduardo queria mostrar aos investidores a saúde financeira da empresa, então não queria que esse registro aparecesse na contabilidade como empréstimo”, disse.

Já a secretária executiva Débora Rodrigues disse que barcos de Eduardo batizados de “Day Trade II” e Day Trade III” foram adquiridos com dinheiro da empresa. Ela afirmou que ele também tinha gastos com roupas e restaurantes e até mesmo seguranças pessoais “sem necessidade”. Ela contou que demorou para perceber que a gastança vinha de uma farra com dinheiro da companhia.

Laise Barroso, responsável pelo setor financeiro da Petra Gold, disse que “ninguém” questionava o empresário sobre esses gastos “porque ele reagia mal ao ser criticado”. Segundo ela, “todos acreditavam em Eduardo porque ele tinha uma imagem de sucesso e pelos comunicados de que estava indo tudo bem na empresa”. Ele vivia promovendo comemorações por “atingimento de metas”.

A investigação

Segundo a PF, a Operação Lóris mira a atuação da Petra Gold após a empresa ter “grande projeção no cenário carioca ao emitir debêntures, ofertadas publicamente sem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), captando assim centenas de milhões de reais”.

A empresa patrocinou eventos, museus, esportistas, além de adquirir um teatro em área nobre do Rio de Janeiro, com o propósito de difundir o nome do grupo. A suspeita é de lavagem de dinheiro, emissão ilegal de debêntures e gestão fraudulenta de instituição financeira. As penas previstas para esses crimes podem chegar a 30 anos de reclusão.

O nome da Operação Lóris é uma referência ao único primata venenoso, que possui aparência dócil e receptiva, ocultando o risco que o contato com ele causa.

Sobre a empresa

De acordo com o site da Petra Gold, a empresa tem sede no Rio de Janeiro e filial em São Paulo. O grupo iniciou as operações em 2008, no ramo da construção civil.

Em 2016, estendeu sua atuação para o mercado financeiro, com a criação da Petra Gold Serviços Financeiros S/A, fundada pelo empresário Eduardo Wanderley.

Atualmente, ela conta com cerca de 200 colaboradores. O grupo atua nos segmentos de conta digital, meios de pagamento, consórcios, seguros e assistências. O grupo também tem uma gestora de investimentos e atua na área de câmbio para exportação e importação.

Na área cultural, o grupo tem o Teatro Petra Gold, localizado no Leblon, bairro nobre na zona sul carioca, e patrocina o Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e o Museu de Arte do Rio (Mar). Em 2020, o grupo também patrocinou o Campeonato Carioca.

CVM

Em abril de 2021, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou a que Petra Gold Serviços Financeiros S.A. e Índigo Investimentos Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. se abstivessem de realizar a oferta pública de debêntures.

A autarquia apurou indícios de que a Petra Gold Serviços Financeiros S.A., assim como seu sócio, Eduardo Monteiro Wanderley, estariam realizando operação fraudulenta no mercado de capitais, por meio dessa oferta. A CVM também estabeleceu multa diária no valor de R$ 100 mil em caso de descumprimento da decisão.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?