Dólar sustenta alta, puxada por incertezas do cenário fiscal
Mercado esperava que governo anunciasse cortes de gastos logo após o segundo turno das eleições municipais, o que não ocorreu
atualizado
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O dólar opera em alta nesta quarta-feira (30/10). Por volta das 11 horas, a moeda americana avançava 0,26% frente ao real, cotada a R$ 5,77. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,79. Na véspera, havia atingido R$ 5,76, o maior patamar desde 30 março de 2021.
Na avaliação de Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, a elevação é resultado das incertezas provocadas pela questão fiscal (que trata da relação entre receitas e gastos do governo). Ele observa que, em todo o mundo, as principais moedas estão empatando com o dólar. “Em contrapartida, o real é uma das poucas que está se desvalorizando”, diz. “Isso quer dizer que o problema é nosso.”
Vieira Junior observa que pesou contra o real o fato de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter afirmado na terça-feira (29/10) que não há previsão para o governo divulgar um novo pacote de cortes de despesas públicas. O mercado, contudo, esperava por um anúncio desse tipo logo após a conclusão do segundo turno das eleições municipais, no domingo (27/10).
O ministro afirmou ainda que desconhecia a origem de projeções publicadas nas últimas semanas por veículos de comunicação, segundo as quais os cortes ficariam entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões. “Não sei da onde saíram”, disse Haddad.
A Bolsa brasileira (B3), em contrapartida, opera estável, em ligeira alta de 0,16%, aos 130.936 pontos. Também por volta das 11 horas, as ações da Petrobras e dos grandes bancos nacionais estavam em alta.