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Dólar oscila após vitória de Trump, mas cai e fecha o dia a R$ 5,67

Dólar chegou a ser negociado por R$ 5,86 pela manhã, mas arrefeceu antes da decisão do Copom. Ibovespa teve leve queda

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1 de 1 Trump - Foto: Reprodução

O dólar fechou em baixa de 1,26%, cotado a R$ 5,67. nesta quarta-feira (6/11). Embalada pela eleição de Donald Trump, a moeda americana teve um dia de bastante volatilidade. Após sete minutos do começo do pregão, o dólar já era cotado a R$ 5,85. Na máxima do dia, a moeda bateu os R$ 5,86 no começo da manhã, mas começou a recuar no início da tarde e acelerou a queda no fim do dia, quando se aproxima a decisão sobre os juros no Brasil.

A política econômica protecionista defendida pelo presidente eleito pode prejudicar o controle da inflação americana e aumentar o endividamento do país. Para Sergio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos, o movimento desta quarta já era esperado. Segundo ele, a eleição de Trump tende, ao menos num primeiro momento, a gerar uma valorização global do dólar. Isso por conta da combinação de uma política fiscal mais expansionista, de maiores barreiras à imigração e de uma política comercial mais protecionista aumentaria os riscos inflacionários, pressionando as taxas dos títulos norte-americanos.

“Em particular, uma política comercial com maiores barreiras às importações afetaria países que direcionam parte importante se suas exportações aos EUA. Na América Latina, o principal impacto se daria sobre o peso mexicano, mas o real também seria afetado, inclusive pelo contágio de uma moeda par”, acredita Goldenstein.

Na avaliação de Júlio Ortix, sócio-fundador do family office CX3, apesar de, no curto prazo, o maior impacto da eleição de Donald Trump seja a alta do dólar, é mais importante seguir atento a desafios mais significativos, como é o caso das condições fiscais.

“É importante destacar que os desafios mais significativos que enfrentamos são de natureza interna. Quando analisamos as perspectivas para a nossa moeda e outros indicadores econômicos, nossa principal preocupação está nas condições fiscais do Brasil, que continuam em um cenário muito adverso. Caso o Brasil estivesse com as finanças públicas em ordem, eu poderia até argumentar que, a curto prazo, o dólar poderia se fortalecer, mas esse efeito não seria sustentado por muito tempo. Portanto, a nossa maior inquietação atualmente reside nas questões fiscais e nos indicadores econômicos internos”, explicou.

Juros

Para adicionar mais emoção, nesta quinta-feira (7/11), o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), anunciará, às 15h (horário de Brasília), a taxa de juros do país. Na terra do “Tio Sam”, a expectativa do mercado financeiro é de um novo corte de juros.

Por aqui, também está no radar dos investidores a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). O colegiado deve promover uma nova alta na Selic, taxa básica de juros, hoje em 10,75% ao ano, e isso ajuda a segurar um pouco o preço do dólar.

Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou a eleição de Donald Trump e afirmou que as reuniões ministeriais sobre cortes de gastos já terminaram. Agora, é preciso conversar com o presidente Lula sobre as propostas. A declaração do ministro trouxe de volta ao mercado a expectativa de que um anúncio sobre quais serão os cortes de gastos públicos pelo governo está próximo.

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em baixa de 0,20%, aos 130.398 pontos.

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