Dólar fecha semana com queda acumulada de quase 2,5%
Dólar fechou próximo da estabilidade, com leve alta de 0,12%, mas com queda acumulada de 2,47% na semana; no ano, o recuo é de 3,25%
atualizado
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O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira (13/1) próximo da estabilidade, registrando uma leve alta de 0,12%, negociado a R$ 5,106.
Na semana, no entanto, a moeda americana fechou com uma queda acumulada de 2,47%. No acumulado de 2023 até aqui, o dólar recua 3,25%.
Na véspera, dia do anúncio das primeiras medidas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o dólar terminou o dia em queda de 1,55%, negociado a R$ 5,10.
Nesta sexta, o mercado repercutiu as medidas anunciadas por Haddad – que teve uma reunião com economistas e banqueiros no escritório do Ministério da Fazenda, em São Paulo.
Segundo Haddad, as medidas têm, em tese, o potencial de aliviar o déficit em R$ 242,7 bilhões – o que representaria, na prática, a reversão do rombo estimado em R$ 231,5 bilhões, de acordo com o Orçamento aprovado pelo Congresso.
O ministro da Fazenda ressaltou, no entanto, que, apenas no melhor dos cenários, haverá superávit, com 0,1% do PIB. A previsão real é um déficit de menos de 1% do PIB, o equivalente a um valor entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões.
A maior parte do ajuste proposto se dá pelo lado das receitas. Segundo o Ministério da Fazenda, os ganhos de arrecadação corresponderiam a R$ 192,7 bilhões, enquanto a redução das despesas ficaria em R$ 50 bilhões.
Entre as medidas anunciadas por Haddad, está um novo programa de parcelamento extraordinário de dívidas, nos moldes do Refis.
O ministro também anunciou o fim do voto de desempate no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) a favor dos contribuintes e a extinção dos recursos de ofício para dívidas abaixo de R$ 15 milhões, encerrando o litígio. A expectativa é a de uma extinção automática de quase mil processos no Carf, alcançando um valor de R$ 6 bilhões.
Também foi anunciada a retirada do ICMS da base de cálculo dos créditos tributários de Pis/Cofins. A medida pode aumentar a arrecadação em R$ 30 bilhões.
Ainda no cenário interno, os investidores repercutem a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-BR), considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, que registrou uma queda de 0,55% em novembro.
No exterior, o mercado repercutiu os dados de inflação dos Estados Unidos, divulgados na véspera. O Índice de Preços ao Consumidor recuou 0,1% em dezembro e terminou 2022 com alta acumulada de 6,5%.