Dólar fecha no maior valor desde julho: R$ 5,45; Bolsa cai forte
Com o resultado, o dólar já acumula uma alta de 3,3% em 2022; na cotação máxima registrada durante o dia, a moeda chegou aos R$ 5,46
atualizado
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Em mais um sinal de que o mercado financeiro não está satisfeito com as primeiras declarações e medidas do novo governo na área econômica, o dólar fechou em alta de 1,72% nesta terça-feira (3/1) e terminou o dia cotado a R$ 5,452.
Trata-se da maior cotação de fechamento da moeda americana desde o dia 22 de julho do ano passado, quando encerrou a sessão a R$ 5,4977.
Com o resultado, o dólar já acumula uma alta de 3,3% em 2022. Na véspera, a moeda fechou em alta de 1,51%, cotada a R$ 5,360 na venda.
Na cotação máxima registrada durante o dia, o dólar chegou aos R$ 5,46. A mínima foi de R$ 5,34.
Ibovespa
Principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores brasileira (B3), o Ibovespa operava em baixa de 1,71% por volta das 17 horas, aos 104.559,21 pontos.
Na máxima do dia até aqui, o indicador chegou aos 106.683,69 pontos. A mínima foi de 104.533,52 pontos.
O que diz o mercado
O mercado reprovou a iniciativa do governo de retirar a Petrobras do programa de desestatização iniciado por Jair Bolsonaro. Além disso, a decisão de Lula de prorrogar a desoneração dos combustíveis também desagradou aos investidores.
Segundo analistas consultados pelo Metrópoles, o mercado financeiro continua à espera de alguma sinalização de Lula sobre o controle dos gastos públicos, o que não ocorreu até o momento.
Um integrante de um grande banco ouvido pela reportagem afirmou que os primeiros discursos de Lula, ainda no domingo (1º/1), em Brasília, foram “péssimos” e “voltados para a claque”.
Outro agente do mercado afirmou que, até agora, os sinais dados por novo governo despertam temores de que a gestão petista repita erros cometidos nos mandatos da ex-presidente Dilma Rousseff. “A retomada do uso de bancos públicos e do papel do Estado foram os grandes highlights que preocuparam pela direção tomada no passado recente pelo governo Dilma, versão turbinada do que foi iniciado no segundo governo Lula”, disse um analista.
Para Gabriel Barros, sócio e economista-chefe da Ryo Asset, a primeira impressão sobre o governo Lula “não é boa”. “Foi um discurso muito alinhado com o governo Lula 2, na verdade até mais próximo do governo Dilma. Usando o mote de maior participação do Estado na economia, um dirigismo maior. Isso preocupa o mercado”, afirma. “O mercado continua aguardando ações concretas, e não discurso, na direção de responsabilidade fiscal.”