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O dólar comercial fechou nesta quinta-feira (20/6) na maior cotação do governo Lula, a R$ 5,462, uma alta de 0,38%. Novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) durante o dia fizeram a moeda norte-americana atingir no fechamento a maior cotação desde 22 de julho de 2022.
O dólar começou o dia em queda, chegando na mínima de R$ 5,385, com o otimismo do mercado depois da decisão dessa quarta-feira (19/6) do Copom de manter a Selic, a taxa básica de juros, em 10,50% ao ano. O comunicado pós reunião mostrou que o colegiado votou por unanimidade pela manutenção, o que trouxe uma confiança dos operadores de que a decisão foi técnica.
No entanto, depois das declarações do presidente contra a manutenção Selic o otimismo deu lugar ao pessimismo devido à impressão deixada de que o antagonismo com o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, vai continuar.
“Eu fui presidente [durante] oito anos. Presidente da República nunca se mete nas decisões do Copom [Comitê de Política Monetária] e do Banco Central”, disse. “[Henrique] Meirelles tinha autonomia comigo o tanto que tem esse rapaz de hoje [Campos Neto]”, afirmou Lula.
“Só que o Meirelles eu tinha o poder de tirar, como FHC [Fernando Henrique Cardoso] tirou tantos, e outros presidentes. Aí entenderam que era importante colocar no BC alguém que tivesse autonomia. Autonomia de quem? Pra servir quem? Atender quem?”, questionou o presidente.
A mesma volatilidade se deu na B3, a bolsa de valores. O Ibovespa, principal índice do mercado, chegou a ultrapassar os 121 mil pontos, em forte alta, no começo do pregão. Depois da entrevista de Lula à Rádio Verdinha, de Fortaleza, o índice perdeu força e fechou praticamente estável, com 120.445 pontos, em alta de 0,15%, de acordo com os dados preliminares.