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Dólar fecha em queda, a R$ 6,12, contido por leilão histórico do BC

Moeda chegou a R$ 6,30, num patamar recorde, quando o Banco Central interveio duas vezes no câmbio, injetando US$ 8 bilhões no mercado

atualizado

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Dolar americano -- Merópoles
1 de 1 Dolar americano -- Merópoles - Foto: Getty

O dólar à vista fechou em queda de 2,32%, a R$ 6,12, nesta quinta-feira (19/12), depois de uma manhã com movimentos estonteantes. Ele chegou a abrir o dia em leve queda, mas, por volta das 10 horas, passou a ser negociado a R$ 6,30, um novo recorde histórico para a cotação da moeda norte-americana em relação ao real.

E a tendência de alta só foi revertida depois que o Banco Central (BC) atuou no mercado à vista de dólares. O BC injetou US$ 8 bilhões, por meio de dois leilões, o que resultou na maior intervenção diária já feita pelo órgão desde 1999, ano que o Brasil adotou o regime de câmbio flutuante.

No fim da manhã, a moeda dos Estados Unidos também recuou com a entrevista conjunta do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, e de seu substituto, Gabriel Galípolo, que assumirá o posto em janeiro.

Campos Neto disse que o BC “tem muita reserva” e atuará no mercado de câmbio se necessário. As reservas internacionais do país somam atualmente quase US$ 360 bilhões. Galípolo, por sua vez, afastou a hipótese de o dólar estar sendo alvo de um ataque especulativo por parte do mercado financeiro.

Descendo a ladeira

Com os leilões e as declarações dos líderes do BC, classificadas como positivas por analistas, a partir das 13 horas, a moeda norte-americana começou a descer a ladeira. Ela passou a oscilar no patamar de R$ 6,15. Ao longo da tarde, recuou paulatinamente.

Em relação aos leilões, o primeiro deles, de US$ 3 bilhões, ocorreu às 9h30 e não conteve a alta do dólar. Pouco depois, às 10h35, uma segunda intervenção injetou US$ 5 bilhões no mercado. Esse foi o maior leilão à vista já feito pelo BC desde 1999.

Injeção de bilhões

Entre sexta-feira (13/12) e terça (17/2), o BC já havia promovido quatro intervenções desse tipo. Foram dois leilões na terça, com a oferta de cerca de US$ 3,3 bilhões; um na segunda-feira (16/12), de US$ 1,623 bilhão; e outro na sexta, de US$ 845 milhões. Ou seja, em cinco dias úteis (de sexta a quinta), o Banco Central leiloou cerca de US$ 13,8 bilhões no mercado à vista de dólares.

Como funcionam os leilões

Os leilões são operações usadas pelo BC para garantir liquidez no mercado de câmbio em momentos de alta da moeda norte-americana. Os dólares são oferecidos diretamente às instituições financeiras, como bancos e corretoras (num total de 13, no jargão os “dealers de câmbio”), que operam no mercado primário. São essas instituições que repassam a divisa para o mercado secundário – ou seja, para os demais participantes.

Foco de instabilidade

Na opinião de analistas, o principal foco de instabilidade da moeda americana é a condução da política fiscal (que trata da relação entre gastos e receitas da administração federal). O pacote de corte de gastos proposto pelo governo, considerado tímido por economistas, ainda tramita no Congresso Nacional.

Por isso, o câmbio pode estar sujeito a variações nos próximos dias, a depender das medidas que forem aprovadas pelos parlamentares. Nesta quinta-feira, a Câmara dos Deputados concluiu a votação em primeiro turno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do pacote fiscal. O texto-base foi aprovado por 344 votos a favor e 154 contra.

Bolsa de Valores

Nesta quinta-feira (19/12), a Bolsa brasileira reverteu a forte queda registrada na véspera. O Ibovespa, o principal índice da B3, fechou em alta de 0,34%, aos 121.187 pontos. Na quarta (18/12), ele havia fechado em expressiva queda de 3,15%, aos 120.772 pontos.

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