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O dólar fechou em alta de 0,22% nesta terça-feira (18/6), cotado a R$ 5,434, após o mercado reagir a novas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desta vez, o alvo de Lula foi o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Lula disse que o órgão regulador é a “única coisa desajustada” no Brasil e que Campos Neto “trabalha para prejudicar o país”.
“Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Presidente que tem lado político, que trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está”, disse Lula, em entrevista à rádio CBN.
Com o resultado desta terça, a moeda norte-americana soma alta de 0,96% na semana e de 3,51% no mês. Desde o começo de janeiro, a alta acumulada é de 11,97% frente ao real.
Além de reagir às críticas de Lula, o dólar também tem tendência de alta por conta do ambiente externo, que reage à manutenção da taxa de juros da economia norte-americana, anunciada na semana passada pelo Federal Reserve (FED), o banco central dos EUA.
Isso afeta as economias emergentes ao incentivar os grandes investidores a manter o dinheiro nos EUA recebendo juros que dão bom retorno frente à inflação local, não compensando o risco de investir em países menos estáveis.
No mercado interno, a falta de clareza de quais serão os cortes de despesas que o governo Lula estuda promover mantém as incertezas em relação à responsabilidade fiscal.
O economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, resumiu: “A combinação juros altos nos EUA com incertezas sobre os caminhos da política econômica no Brasil tem sido explosiva para o câmbio”.