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Dólar fecha a R$ 6,06 ainda por cortes do governo e ameaças de Trump

Dólar bate recorde pelo 4º dia seguido após Trump ameaçar países do Brics com tarifaço. No Brasil, mercado não digeriu cortes de Haddad

atualizado

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O dólar fechou esta segunda-feira (2/12) em alta de 1,13%, a R$ 6,06, renovando o maior patamar nominal da história, desde o lançamento do Plano Real. É o quarto dia seguido de recorde nominal no valor do dólar.

A moeda norte-americana segue sentindo os efeitos da frustração do mercado com o pacote fiscal do governo federal. No cenário externo, o dólar foi impactado com a ameaça do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Ele criticou as nações do Brics nas redes sociais, ameaçando tarifas de 100% sobre os países que tentarem criar ou apoiar uma moeda alternativa ao dólar.

Originalmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics vem discutindo iniciativas transfronteiriças de pagamentos  que tornariam mais fácil aos países-membros negociar em suas próprias moedas.

Por aqui, o diretor de política monetária e futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, voltou a afirmar  que a autoridade monetária só atua no câmbio em caso de desfuncionalidade e que o atual cenário econômico aponta para “juros mais altos por mais tempo”. Durante evento da XP Investimentos, em São Paulo, Galípolo disse que a expansão fiscal do governo pode estar impulsionando o consumo e levando a economia a um crescimento maior que o esperado.

“A progressividade da política fiscal que foi praticada ao longo deste ano colocou mais dinheiro na mão daquelas pessoas que têm propensão a consumir mais elevada, e isso acabou se revelando num dinamismo superior ao que se imaginava. Mais um ano que a gente vai fazendo revisões sobre crescimento”, afirmou.

Galípolo também disse que o impacto da taxação adicional de 10% sobre a renda total das pessoas que ganham acima de R$ 50 mil por mês, prevista no pacote fiscal, está sendo estudado pelo Banco Central. O imposto inclui dividendos, aluguéis e salários, por exemplo, o que deve levar a uma tributação indireta de ativos isentos, como fundos de investimento imobiliário, fundos de infraestrutura, Fiagros e as debêntures.

“Estamos fazendo todos os exercícios, todas as contas, até pelo tamanho e crescimento que esse mercado teve no volume, para entender como é que isso poderia levar a uma reprecificação dos ativos”, afirmou ele durante evento em São Paulo. “Também tivemos acesso, assim como o mercado, ao dado recentemente.”

As declarações de Galípolo seguraram um pouco o mercado. Por volta das 17h15, o Ibovespa, principal índice da bolsa da B3, operava em queda de o,15%, aos 125.483,41 pontos.

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