Dólar dispara 1,9% e fecha a R$ 5,59, maior patamar em três semanas
A moeda americana operou em alta firme durante todo o dia diante da preocupação do mercado com o ajuste das contas públicas
atualizado
Compartilhar notícia
O dólar fechou em alta de 1,9% nesta quinta-feira (18/7), e encerrou o dia valendo R$ 5,59. A moeda americana recuperou o maior patamar visto em quase três semanas, que só não é maior do que o seu recorde em mais de dois anos e meio atingido no dia 2 de julho, de R$ 5,665.
A moeda americana operou em alta firme durante todo o dia diante da preocupação do mercado com o ajuste das contas públicas após falas da Ministra do Planejamento, Simone Tebet, de que gastos com saúde e educação devem ficar de fora do corte de gastos. “Não tem nenhuma sinalização de que PAC na área de saúde e educação vai ter corte”.
Tebet também disse que vai ter de cortar gastos, mas naquilo que está sobrando, como fraudes e erros. “Não podemos gastar menos do que arrecadamos. O Brasil saiu muito empobrecido da pandemia”.
O mercado fechou sem saber exatamente os desdobramentos da reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros da área econômica, nesta quinta-feira (18/7), no Palácio do Planalto. No encontro, em curso neste momento, serão discutidos eventuais cortes de gastos no Orçamento deste ano.
Além de Lula, participam da reunião os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão) e Rui Costa (Casa Civil).
O Ministério da Fazenda defende uma redução de R$ 10 bilhões nas despesas previstas, para cumprir a meta de déficit fiscal zero em 2024. Além disso, um pente-fino no Benefício de Prestação Continuada (BPC) poderia resultar numa economia entre R$ 8 bilhões e R$ 12 bilhões. Nesse hipótese, somados os valores, os cortes poderiam alcançar R$ 20 bilhões.
PIB e inflação
Mais cedo, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda manteve a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2024 em 2,5%. Para 2025, a Fazenda espera que o PIB fique em 2,60%, abaixo da previsão anterior (2,80%).
A SPE do Ministério da Fazenda subiu a previsão para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano de 2024. A projeção avançou de 3,7%, no último relatório (de maio), para 3,9% neste relatório (de julho).
Para 2025, a previsão de inflação também foi revisada pelo governo para cima, de 3,2% para 3,3%, principalmente para incorporar a expectativa de maior cotação do dólar, mas a perspectiva de desinflação permanece, devendo ser observada tanto para preços livres como para monitorados.
Os dados estão na edição de julho do Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quinta-feira (18/7) junto com a versão atualizada do Panorama Macroeconômico, que traz as projeções de curto e médio prazo.