Dólar avança a R$ 5,46 com fala de Lula e juros nos EUA
Moeda americana subiu 0,70% na manhã desta quarta-feira (17/7), depois de registrar queda de 0,30% na véspera
atualizado
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![Imagem colorida de notas de dólar e de real - Metrópoles](https://fly.metroimg.com/upload/q_85,w_700/https://uploads.metroimg.com/wp-content/uploads/2024/01/15152730/dolar-6.jpg)
O dólar opera em alta na manhã desta quarta-feira (17/7). Por volta das 11h30, a moeda americana apresentava valorização de 0,70%, cotada a R$ 5,46. Na véspera, ela havia fechado em baixa de 0,30%, a R$ 5,42.
Parte do avanço do dólar é atribuído à repercussão no mercado de declarações feitas na terça-feira (16/7) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a situação fiscal (que trata da relação entre receitas e despesas do governo) do país.
“Em entrevista, Lula disse que não é obrigado a cumprir a meta fiscal se tiver ‘coisas mais importantes para fazer’”, diz Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos. “Isso sem dúvida volta a repercutir no mercado como um grande alerta.”
Para Lima, as declarações reativa a a preocupação com a política fiscal do governo, um “assunto que ditou o ritmo dos os ativos domésticos em junho”, mas havia arrefecido em julho. “Agora, volta a colocar incertezas no radar dos investidores”, afirma o técnico.
Juros nos EUA
Além disso, na avaliação de analistas, a cotação da moeda americana sobe em meio à expectativa do mercado em relação à política monetária dos Estados Unidos. Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), havia indicado, na segunda-feira (15/7), que as taxas podem começar a cair no país em setembro.
Os juros americanos, que estão no intervalo entre 5,25% e 5,50%, o maior patamar desde 2001, têm grande influência nos mercados globais. Nesse nível elevado, eles aumentam a atratividade dos investidores em relação aos títulos da dívida dos EUA. Em contrapartida, reduzem o interesse por ativos de maior risco, como as ações negociadas nas Bolsas de Valores, notadamente de países emergentes, caso do Brasil.
Os analistas também aguardam a divulgação na tarde desta quarta-feira dos dados do “Livro Bege”, que analisa o cenário da economia americana. O documento é desenvolvido pelas 12 filiais regionais do Fed. A expectativa é que ele traga novas pistas sobre o comportamento dos juros nos EUA.