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Dólar fecha em alta, a R$ 5,48, com fala de Lula e juros dos EUA

Entrevista de Lula sobre a pauta fiscal repercutiu no mercado, impactou dólar, e ganhou importância com iminência de relatório do Orçamento

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1 de 1 Dólar - Dinheiro - aumento do dólar - queda do dólar - Foto: Illustration by Sheldon Cooper/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

O dólar fechou em alta de 1,02%, cotado a R$ 5,48, nesta quarta-feira (17/7). A moeda americana foi impactada por declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela expectativa de uma redução dos juros nos Estados Unidos.

A entrevista do presidente à TV Record sobre a pauta fiscal seguiu repercutindo no mercado. “Lula disse que não é obrigado a cumprir a meta fiscal se tiver ‘coisas mais importantes para fazer’”, avilia Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos. “Isso, sem dúvida, volta a repercutir no mercado como um grande alerta.”

Nesta terça, o presidente disse que a dívida social do Brasil é “impagável” e questionou qual foi o custo de o país não ter tomado medidas sociais, como para melhoria da educação e de reforma agrária, no tempo certo.

Lula também reclamou que sempre que o governo decide realizar algum programa surgem artigos em jornais apontando que o governo está gastando.

Essa sinalização ganha importância à medida que se aproxima a divulgação do 3° relatório bimestral do Orçamento de 2024, previsto para 22 de julho.

Nos Estados Unidos, durante a tarde, foi divulgado o Livro Bege, um sumário das opiniões das autoridades presentes na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed), que aconteceu entre 11 e 12 de junho.

O Livro Bege costuma dar pistas sobre o início do ciclo de cortes de juros, esperado para setembro. No comunicado, os representantes do Fed disseram que a atividade da economia dos EUA desacelerou. 

“A atividade econômica manteve um ritmo de crescimento de leve a modesto na maioria dos distritos. Os representantes do FED também disseram que esperam “um crescimento mais lento nos próximos seis meses devido à incerteza em torno das próximas eleições, à política interna, ao conflito geopolítico e à inflação”.

O Livro Bege também mostra que o mercado de trabalho segue com um ritmo lento de crescimento, e que os salários continuam a crescer moderadamente em todas as regiões.

As autoridades do Fed também notaram que os gastos dos consumidores tiveram pouca alteração no período. Porém, em algumas regiões foram registrados varejistas fazendo mais saldões de desconto. Houve ainda uma queda nos empréstimos bancários para empresas e famílias na maioria das regiões.

Os juros americanos, que estão no intervalo entre 5,25% e 5,50%, o maior patamar desde 2001, têm grande influência nos mercados globais. Nesse nível elevado, eles aumentam a atratividade dos investidores em relação aos títulos da dívida dos EUA. Em contrapartida, reduzem o interesse por ativos de maior risco, como as ações negociadas nas Bolsas de Valores, notadamente de países emergentes, caso do Brasil.

O que é o Livro Bege?

O Livro Bege  avalia cada um dos 12 distritos do Federal Reserve, cobrindo todo o território dos EUA e oferecendo uma visão da evolução econômica e os desafios dos EUA. O documento é apresentado 8 vezes por ano, duas semanas antes de cada reunião do FOMC. Este relatório é utilizado pelo FOMC em sua decisão sobre as taxas de juro de curto prazo. 

Ainda no cenário externo, vale registrar a decepção com o produto interno bruto (PIB) da China, que subiu 4,7% no segundo trimestre de 2024 ante o mesmo trimestre do ano passado. A expectativa era de um crescimento de 5,1% para a economia chinesa nessa comparação.

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