Dólar abre em alta após declarações de Lula sobre o Banco Central
Às 9h34, o dólar avançava 0,83% e era negociado a R$ 5,087; presidente voltou a colocar autonomia do BC em xeque
atualizado
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O dólar abriu em alta na sessão desta sexta-feira (3/2), a última da semana, após novas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocando em xeque a autonomia do Banco Central (BC). Os investidores também aguardam a divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos.
Às 9h34, a moeda americana avançava 0,83% e era negociada a R$ 5,087.
Na véspera, o dólar fechou a sessão em queda de 0,3%, a R$ 5,045, no menor valor de fechamento desde agosto do ano passado.
Na sessão de quinta-feira (2/2), a moeda chegou à mínima de R$ 4,941. O dólar não era negociado abaixo de R$ 5 havia oito meses, desde o dia 10 de junho de 2022, quando foi a R$ 4,8853 durante o pregão e fechou em R$ 4,9871.
Com o resultado da última sessão, a moeda americana acumula perda de 1,3% nesta semana e de 4,43% em 2023.
Declarações de Lula
Em entrevista exibida pela RedeTV!, o chefe do Executivo voltou a colocar em xeque a autonomia do BC, deixando em aberto a possibilidade de rever o modelo quando terminar o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Em fevereiro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto que deu autonomia ao BC e, assim, limitou a influência do Executivo sobre as decisões relacionadas à política monetária.
Pela regra vigente desde então, os mandatos do chefe do BC e do titular do Palácio do Planalto não são mais coincidentes. O presidente do banco assume sempre no primeiro dia útil do terceiro ano de cada governo. Assim, o chefe do Executivo federal só pode efetuar uma troca no comando do BC a partir do segundo ano de gestão. No caso de Lula, isso só acontecerá em 2024.
“Quero saber do que serviu a independência do Banco Central. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para fazermos uma avaliação do que significou o BC independente”, afirmou Lula.
Questionado se poderia rever a autonomia do BC após o fim do mandato de Campos Neto, Lula respondeu: “Eu acho que pode, mas quero dizer que isso é irrelevante para mim. Isso é irrelevante, não está na minha pauta. O que está na pauta é a questão da taxa de juros”.