Diretora do FMI diz que Europa terá inflação “dolorosamente alta”
Europa precisará de harmonia entre política monetária e fiscal para cenário desafiador, diz Kristalina Georgieva, diretora do FMI
atualizado
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A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse que a Europa passará por períodos de inflação alta e baixo crescimento por um período mais duradouro, “além de 2024”.
Georgieva falou sobre o tema em evento neste sábado (3/6) na Croácia.
A diretora do FMI afirmou que a Europa continua com inflação “dolorosamente alta” e que o cenário seguirá por algum tempo. “Projetamos que a inflação na União Europeia deve ficar acima das metas do Banco Central Europeu além de 2024”, disse.
O FMI projeta que as regiões sudeste e central da Europa devem ter crescimento de 3,5% em 2024. O valor está abaixo do que era previsto antes da pandemia, no início de 2020, com perda de 50 bilhões de euros na economia europeia nos últimos anos.
“A recuperação fraca, inflação persistente e alta incerteza significa que a região continuará enfrentando tempos difíceis”, disse ela.
Crise europeia
O cenário projetado exclui Belarus, Rússia e Ucrânia, regiões no leste do continente e que vivem situações distintas diante da guerra em Kiev. Apesar disso, o lado ocidental da Europa sofreu duras consequências com as altas nos preços diante da guerra, sobretudo em energia.
A inflação na zona do euro ficou em 6,1% no acumulado até maio (abaixo dos 7% em abril), mas Georgieva diz que os núcleos continuam altos e há dificuldade na desinflação.
Georgieva defendeu aumento em investimentos em energia renovável para os próximos anos. Além disso, afirmou que bancos centrais da Europa e governos locais terão de harmonizar política fiscal (os gastos do governo) e monetária (as decisões sobre taxas de juros) para amenizar os efeitos da crise.