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Desemprego cai para 7,8% em agosto e é o menor desde 2015, diz IBGE

Segundo dados do IBGE, desemprego no país atingiu 8,4 milhões em agosto deste ano, queda de 1,1 ponto percentual ante agosto de 2022

atualizado

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Mão segurando carteira de trabalho com pessoas caminhando na rua desfocadas ao fundo anápolis
1 de 1 Mão segurando carteira de trabalho com pessoas caminhando na rua desfocadas ao fundo anápolis - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A taxa média de desemprego no Brasil ficou em 7,8% no trimestre móvel encerrado em agosto deste ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta sexta-feira (29/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em julho de 2023, o índice havia ficado em 7,9%.

O desemprego recuou 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado, quando estava em 8,9%. Trata-se da menor taxa de desemprego desde o trimestre móvel terminado em fevereiro de 2015.

A taxa de desemprego veio em linha com as estimativas do mercado. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções, estimava um índice de desocupação exatamente de 7,8%.

A população desocupada (8,4 milhões) recuou tanto na comparação trimestral (-5,9%) quanto na anual (-13,2%).

Já a população ocupada (99,7 milhões) cresceu 1,3% em relação ao trimestre anterior e 0,6%, na comparação com o mesmo período de 2022.

Desempenho por atividade

Na comparação com o trimestre móvel anterior, de acordo com o levantamento do IBGE, houve aumento da população ocupada nos segmentos de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (2,3%), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,4%) e serviços domésticos (2,9%). Os demais grupos não apresentaram variação significativa.

Rendimento real

O rendimento real habitual foi de R$ 2.947 em agosto, segundo o IBGE. Na comparação com o trimestre móvel anterior, houve aumento do rendimento real apenas na indústria (2,8%). Os demais segmentos não tiveram variação significativa.

Em relação ao mesmo período de 2022, houve aumento do rendimento real nas seguintes categorias: indústria (3,8%); comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (4,7%); alojamento e alimentação (14,2%); administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,5%); e serviços domésticos (5,3%). Os demais segmentos não apresentaram variação significativa.

Principais resultados da pesquisa

  • Taxa de desocupação: 7,8%
  • População desocupada: 8,4 milhões de pessoas
  • População ocupada: 99,7 milhões
  • População fora da força de trabalho: 66,8 milhões
  • População desalentada: 3,6 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 37,2 milhões
  • Empregados sem carteira assinada: 13,2 milhões
  • Trabalhadores por conta própria: 25,4 milhões
  • Trabalhadores domésticos: 5,9 milhões
  • Trabalhadores informais: 38,9 milhões
  • Taxa de informalidade: 39,1%

Análise

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio do IBGE, a queda do desemprego em agosto consolida a recuperação do mercado de trabalho no pós-pandemia, com o aumento do número de pessoas trabalhando.

“Esse quadro favorável pelo lado da ocupação é o que permite a redução do número de pessoas que procuram trabalho”, afirma Adriana. “No geral, houve resultado positivo também porque nenhum outro grupo registrou perda estatística de trabalhadores. Mas três grupamentos (serviços domésticos; administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais; e informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas) contribuíram no processo de absorção de trabalhadores”, completa Beringuy.

Para Marco Caruso, economista-chefe do PicPay, o resultado de agosto mostra que o “quadro mais favorável pelo lado da ocupação ainda permite um melhor desempenho da formalidade e uma redução do número de pessoas que procuram trabalho”.

“Olhando à frente, entendemos que os efeitos defasados da política monetária contribuirão para um aumento da taxa de desemprego, que ainda resistirá em patamares historicamente baixos por um bom tempo. Para 2023, projetamos uma taxa média de desemprego de 8,1%”, afirma.

Diferença em relação ao Caged

Ao contrário do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que considera apenas os trabalhadores com carteira assinada, a pesquisa do IBGE mede a taxa de desemprego entre todos os trabalhadores na economia, incluindo o mercado informal.

No fim de agosto, foram divulgados os dados do Caged referentes a julho deste ano. O Brasil criou 142.702 empregos com carteira assinada no período.

Os dados de agosto do Caged serão divulgados nesta sexta.

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