Depois de 2 meses de queda, produção industrial sobe 1,1% em março
O resultado interrompe uma sequência de dois meses consecutivos de queda na produção industrial; no período, perdas acumuladas foram de 0,5%
atualizado
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A produção industrial brasileira registrou alta de 1,1% em março deste ano, na comparação com fevereiro, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (10/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já na comparação com o mesmo período de 2022, a expansão foi de 0,9%.
O resultado interrompe uma sequência de dois meses consecutivos de queda na produção industrial. Nesse período, as perdas acumuladas foram de 0,5%.
Trata-se do maior crescimento da indústria brasileira desde outubro do ano passado, quando o avanço foi de 1,3%. O dado também veio acima das projeções do mercado, que eram de alta de 0,8%, segundo o consenso Refinitiv.
O bom desempenho do mês passado foi puxado, principalmente, pelo crescimento na produção do setor de derivados do petróleo.
No primeiro trimestre deste ano, o resultado ainda é negativo em 0,4%. No acumulado de 12 meses até março, porém, há estabilidade (0%), depois de 10 meses seguidos no vermelho.
“Ainda permanecem no nosso escopo de análise as questões conjunturais, como a taxa de juros em patamares mais elevados, que dificultam o acesso ao crédito, a taxa alta de inadimplência e o maior nível de endividamento por parte das famílias, assim como o grande número de pessoas fora mercado de trabalho e a alta informalidade”, afirma o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo.
Segundo Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, “apesar do resultado positivo de março, não devemos olhar os dados com entusiasmo”. “O resultado não é uma tendência, mas uma recuperação após leituras fracas. A indústria é o setor da atividade econômica que mais sofre e o único que ainda está em nível bem abaixo do período pré-pandemico”, observa.