Deflação consolida aposta do mercado em corte de juros em agosto
Há um consenso no mercado de que a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, será reduzida – só não se sabe se em 0,25 ou 0,5 ponto percentual
atualizado
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A deflação de 0,08% registrada em junho deste ano, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, é mais um sinal de que o Banco Central (BC) deve mesmo iniciar o ciclo de queda da taxa básica de juros (Selic) a partir da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O colegiado se reúne nos dias 1º e 2 de agosto. Há um consenso no mercado de que a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, será reduzida – só não se sabe em quanto.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.
“Nosso cenário-base é um corte de 0,25 ponto percentual, mas, no mercado em geral, as apostas estão bem divididas entre corte de 0,25 e 0,5 ponto percentual”, afirma André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
“Com o índice praticamente em linha com o que o mercado esperava, algumas apostas mais agressivas no corte de juros para agosto passaram a ser reajustadas, com a curva de juros abrindo agora no início do pregão”, prossegue Fernandes.
“Quem estava apostando em um corte de juros maior passou a diminuir essa aposta, porque o IPCA não veio tão abaixo do esperado”, explica.
A mesma percepção foi verificada na Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas, divulgada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Segundo o levantamento, o mercado projeta redução de 0,25 ponto percentual na reunião do Copom em agosto.
Nas reuniões seguintes, de acordo com a pesquisa, o Copom deve acelerar a redução dos juros para 0,5 ponto percentual, até a Selic chegar ao patamar de 12% ao ano. Atualmente, a taxa está em 13,75% ao ano.
Para André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, “o resultado do IPCA abre espaço para a redução da Selic por parte do Copom já na próxima reunião”.
“Atualmente, com o atual patamar acumulado do IPCA e com a Selic em 13,75%, a taxa de juros real está em torno de 10,59%, uma das mais altas do mundo.”
Relatório Focus
Segundo a edição desta segunda-feira (10/7) do Relatório Focus, do BC, o mercado financeiro manteve a estimativa para a taxa de juros no fim de 2023 em 12% ao ano. Para 2024, a projeção segue em 9,5% ao ano.