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Decisão sobre preços da Petrobras deixa de ser técnica, diz economista

Para Renan De Pieri, da FGV, esse é o resultado da mudança anunciada pela estatal, que altera a forma de definir o valor dos combustíveis

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1 de 1 imagem colorida fachada petrobras - Metrópoles - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

Para o economista Renan De Pieri, da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP), com a mudança da política de preços da Petrobras, anunciada nesta terça-feira (16/5), a estatal perde um critério técnico para definir o aumento dos combustíveis no país. Até agora, esse parâmetro vinha sendo fixado pelo Preço de Paridade Internacional (PPI), adotado pela empresa há mais de seis anos, durante o governo de Michel Temer.

“Antes do PPI, havia uma prática baseada no represamento de preços, bastante utilizado nos governos do PT, com o intuito de segurar a inflação”, diz Pierre. “E a Petrobras sofria com essa política, que provocava perdas de caixa e afastava os investimentos.”

Para De Pieri, se o novo padrão de alterações de preços pode representar um risco. Isso se mantiver valores baixos no mercado interno, à revelia do internacional, provocando um excesso de demanda no país. “E a Petrobras vai ter de arcar com os custos de pagar mais caro no exterior e vender mais barato no Brasil”, afirma Pierre.

O economista Joelson Sampaio, também da FGV EESP, observa que a mudança pode beneficiar o consumidor, mas é um desafio para a empresa. “Ela corre o risco de enfrentar um descolamento entre o preço internacional da commodity e o praticado no mercado interno”, diz.

Renan De Pieri acrescenta que, se a estatal tiver mais flexibilidade para alterar preços que os concorrentes, isso também pode dificultar o surgimento de novas empresas no setor no país. Ele acrescenta: “É algo que também sinaliza para a sociedade que o Brasil não está preparado para a transição energética, uma vez que o governo subsidia combustível fóssil.”

 

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