Decisão de não alterar Selic foi unânime no Copom
Medida contou com a adesão dos quatro diretores do Banco Central indicados pelo atual governo petista
atualizado
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A decisão de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 10,50% ao ano, anunciada nesta quarta-feira (31/7), foi unânime entre os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom). O órgão é formado por oito diretores e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Na reunião do Copom nos dias 7 e 8 de maio, que levou pela primeira vez a Selic ao patamar de 10,50%, houve um racha entre os integrantes do Comitê. Na ocasião, os integrantes do BC indicados pelo atual governo petista votaram a favor de um corte de 0,50 ponto percentual. Os demais diretores optaram pela redução de 0,25 ponto percentual, que prevaleceu com o voto de Campos Neto.
No encontro seguinte, nos dias 18 e 19 de junho, os 10,50% foram confirmados. Dessa vez, houve unanimidade entre os membros do Copom.
Na avaliação de analistas, um novo racha acentuaria dúvidas sobre o comportamento do BC, principalmente depois da saída de Campos Neto, que vai deixar a presidência do órgão no fim de 2024. Nesse caso, o mercado passaria a questionar se as próximas decisões do Banco Central seriam técnicas – com foco, portanto, na condução da inflação para a meta de 3% – ou se teriam motivação política.
Entre os oito integrantes da diretoria do Banco Central, os quatro indicados pelo atual governo são Ailton de Aquino Santos, Gabriel Galípolo, cotado para presidir o BC, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira. O grupo que já estava no órgão é formado por Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes.