metropoles.com

De olho nas eleições dos EUA, dólar cai pelo 2º dia e fecha a R$ 5,74

Mercado financeiro aguarda com atenção o resultado da disputa entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Getty Images
Imagem colorida de notas de dólar e de real - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de notas de dólar e de real - Metrópoles - Foto: Getty Images

O dólar fechou esta terça-feira (5/11) em queda de 0,63%, a R$ 5,74. Na máxima do dia, a moeda chegou a valer R$ 5,80. O resultado é reflexo da combinação de três fatores: a espera pelo anúncio de um pacote com os cortes de gastos públicos, a nova taxa Selic e ainda o resultado das eleições nos Estados Unidos. Pesquisas indicam que a eleição deve mesmo ser decidida voto a voto entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump. O Ibovespa fechou em alta de 0,05%, aos 130.589 pontos.

Por aqui, ao longo de todo o dia o governo federal realizou reuniões para tentar fechar um acordo a respeito do pacote de corte de gastos. Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddadanunciou que deverá apresentar ainda nesta semana uma revisão de cortes de gastos. A pedido do presidente Lula, ele cancelou a viagem à Europa para focar na finalização da parte técnica do plano.

O mercado aguarda também pela decisão do Copom, a ser anunciada nesta quarta-feira (06/11). Em nota, a  Associação Brasileira de Bancos (ABBC) disse esperar uma elevação de 0,50 p.p. na Selic.

“A deterioração no quadro do balanço de riscos, desde a última reunião, manifestada na conjugação da resiliência na atividade econômica, sem indícios fortes de que estejam ocorrendo desaquecimento, no hiato do produto positivo e no mercado de trabalho aquecido, nas pressões na inflação corrente, com piora na composição das medidas qualitativas, na ampliação na desancoragem das expectativas inflacionárias e a significativa depreciação cambial, justificaria esse processo de intensificação no processo de aperto monetário”, avalia Everton Gonçalves, Diretor de Economia, Regulação e Produtos ABBC.

Na avalição de Pedro Oliveira, tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, motivos para o colegiado subir os juros não faltam. Nas últimas semanas, o dólar vem sofrendo forte apreciação, a inflação corrente começa a dar sinais de aceleração, o mercado de trabalho superaquecido e o cenário fiscal deteriorado. O que mais preocupa é o impulso fiscal dado pelo governo na economia.

“O governo aumentou o endividamento bruto de 71,58% do PIB em dezembro de 2022 para 78,55% do PIB na última leitura, em agosto deste ano. Sem um plano de contenção de gastos é inviável uma redução de juros, dado o cenário inflacionário que está se formando”, complementa Oliveira.

Ele acredita que, outro índice que deve subir até o final do ano é o IPCA, cuja projeção do banco é que a inflação deve fechar o ano em 4,55%, acima da meta estabelecida pelo BC. Segundo Oliveira “o impulso fiscal é benéfico no curto prazo, aquece a economia, reduz o desemprego, porém a longo prazo os efeitos são devastadores, com alta da inflação, perda do poder de compra da grande massa populacional e, por fim, uma recessão. Estamos exatamente na fase em que a inflação começa a ser pressionada, por isso acreditamos que o Banco Central terá que subir a Selic até 12,75% ao longo de 2025”.

Em relação ao câmbio, Oliveira acredita que e “uma vitória de Trump tende a valorizar o dólar mundialmente, assim como a vitória da Kamala tende a ser o oposto”.

De fato, essa tem demonstrado ser a eleição mais incerta da história dos Estados Unidos, o que impactou o preço do dólar nos últimos dias. Durante toda a campanha, Trump defendeu  a taxação de produtos importados nos Estados Unidos, além de outras medidas de protecionismo econômico, aumentando as perspectivas de que, em um governo dele, a inflação poderia subir, elevando os juros e isso levou a uma disparada do dólar pelo mundo. O resultado das eleições pode ser conhecido nesta quarta-feira (06/11).

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?