Davos: dois terços dos economistas esperam recessão global em 2023
Segundo pesquisa feita no Fórum Econômico Mundial, 18% dos entrevistados acreditam que cenário de recessão global é “extremamente provável”
atualizado
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Cerca de dois terços dos economistas-chefes que participam do Fórum Econômico Mundial, em Davos, projetam uma recessão global em 2023. É o que mostra o relatório “Chief Economists Outlook”, que colheu opiniões e análises de alguns dos mais importantes líderes financeiros dos setores público e privado.
Ainda segundo o levantamento, 18% dos entrevistados acreditam que um cenário de recessão global é “extremamente provável”.
A maior parte dos economistas consultados em Davos projeta que o crescimento econômico será fraco em praticamente todo o mundo neste ano, especialmente na Europa (quase 100% esperam crescimento baixo) e nos Estados Unidos (91%).
Na América Latina, o percentual dos que projetam um desempenho fraco da economia chega a 68%.
Já em relação à China, segunda economia do mundo, as expectativas estão divididas: 48% dos entrevistados apostam em um crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Em comunicado após a divulgação da pesquisa, a diretora administrativa do Fórum Econômico Mundial, Saadia Zahidi, afirmou que “o momento atual de inflação alta, crescimento baixo, alto nível de endividamento e ambiente de alta fragmentação reduz os incentivos e investimentos necessários para voltar ao crescimento e elevar os padrões de vida dos mais vulneráveis do mundo”.
Em outubro do ano passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já havia projetado que mais de um terço da economia mundial sofreria retração em 2023 e que havia 25% de chances de o PIB global crescer menos de 2% neste ano.
Inflação
Os economistas-chefes que participam do fórum de Davos também foram questionados a respeito de suas expectativas para a inflação em 2023. Para 57%, a Europa terá alta de preços significativa neste ano. Para a América Latina, o índice é de 45%.
Nos EUA, a inflação de 2023 será alta para 24% dos entrevistados, enquanto apenas 5% esperam o mesmo na China.