CVM pede explicações à Americanas sobre alta atípica em ações
CVM considerou atípicas movimentações registradas no dia 12 de abril, com 16 mil negociações e um salto de 22,3% nos papéis da Americanas
atualizado
Compartilhar notícia
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu explicações à Americanas sobre movimentações supostamente atípicas registradas no dia 12 de abril, às 14h22. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Naquele dia, de acordo com a publicação, foram registradas 16 mil negociações, que movimentaram R$ 122 milhões.
No mesmo dia 12 de abril, além do volume grande de negociações, a Americanas viu seus papéis registrarem uma valorização de 22,3% no período analisado pela CVM.
Uma possível explicação é que, no dia anterior, a Americanas havia anunciado um acordo com credores financeiros para suspender temporariamente as disputas judiciais que estavam em andamento.
Em comunicado divulgado na ocasião, a Americanas informou que o acordo permitiria que as partes envolvidas concentrassem seus esforços na negociação de um plano de recuperação judicial que contemplasse os interesses tanto dos credores quanto da varejista.
Ainda segundo a empresa, o acordo foi divulgado justamente para evitar especulações acerca das tratativas com credores e da situação financeira da Americanas.
A companhia enfrenta a maior crise de sua história após a descoberta de um rombo contábil bilionário, está em recuperação judicial e tem dívidas acumuladas de R$ 42,5 bilhões com quase 10 mil credores.
Caso Americanas é “lamentável” e “gravíssimo”, diz CVM
Dias antes do pedido de explicações da CVM à Americanas, ao participar de uma audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, no fim de março, o presidente da autarquia, João Pedro Barroso do Nascimento, afirmara que o episódio envolvendo o rombo contábil na Americanas era “lamentável e gravíssimo”.
Segundo Nascimento, a CVM abriu 12 processos administrativos e dois inquéritos administrativos para investigar eventuais irregularidades envolvendo a Americanas.
“Esse caso é lamentável e gravíssimo. A descoberta dessas inconsistências contábeis trouxe impactos e efeitos adversos à economia do país e especialmente ao setor de crédito”, afirmou o presidente da CVM.
“As áreas competentes da CVM estão cuidadosa e diligentemente apurando as práticas da companhia”, prosseguiu Nascimento. “Esse caso é gravíssimo e, aparentemente, estamos observando que as relações de freios e contrapesos falharam.”