CVM pede à Justiça acesso a e-mails da cúpula da Americanas
Pedido de busca e apreensão de mensagens eletrônicas já havia sido acatado pela Justiça, em ação do Bradesco
atualizado
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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu à Justiça acesso a e-mails da cúpula da Americanas. A solicitação foi feita na tarde desta sexta-feira (27/1) à juíza Andréa Galhardo Palma, da 2ª Vara Regional de Competência Empresarial e Conflitos Relacionados à Arbitragem, do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Na tarde de quinta-feira (26/1), a pedido do Bradesco, numa ação preparada pelo escritório Warde Advogados, ela aceitou a realização de prova pericial contábil para apurar as causas do rombo estimado em R$ 20 bilhões na Americanas.
A análise pericial, que será feita pela Ernst & Young, deve averiguar o verdadeiro tamanho do buraco e o impacto na situação econômico-financeira da companhia. A busca de provas deve ainda verificar se a direção da varejista participou da produção do problema por ação ou omissão.
Na quinta, a juíza autorizou a busca e apreensão “para que todas as caixas de e-mail institucionais dos diretores da Americanas, dos atuais e dos que ocuparam tais cargos pelos últimos dez anos; membros do Conselho de Administração e do Comitê de Auditoria da Americanas, bem como dos funcionários da área de contabilidade e de finanças da companhia, sejam devidamente copiadas, para que seus backups sejam armazenados junto a esse MM. Juízo, com o fim de preservar a prova a ser objeto da perícia investigativa que aqui se pede para a verificação dos detalhes da fraude.”
O pedido da CVM foi feito por meio da Procuradoria Federal Especializada (PFE). Na prática, a CVM pede à Justiça para ter acesso às informações do processo do Bradesco.
Na ação, os advogados alegam que é necessário “identificar e demandar os agentes individuais que contribuíram para a consumação da fraude”. Nesse caso, seriam os “administradores, que participaram da elaboração das demonstrações financeiras adulteradas e os acionistas.”
A ação alcança os membros do conselho de administração da Americanas. Entre eles, estão Carlos Alberto Sicupira, que integra o grupo de acionistas de referência, ao lado de Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, e Paulo Alberto Lemann, filho de Jorge Paulo.