Crise no varejo: Amaro pede recuperação extrajudicial
Empresa de moda Amaro teve o pedido de recuperação extrajudicial atendido pela Justiça e tentará renegociar dívidas de R$ 245 milhões
atualizado
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A Amaro, empresa de moda que mescla operações digitais e lojas físicas, teve o pedido de recuperação extrajudicial acatado pela Justiça de São Paulo na semana passada. A varejista protocolou a ação no último dia 22 de março na 3ª Vara de Falências e Recuperação Judicial do estado.
No processo, a Amaro tentará renegociar dívidas que somam quase R$ 245 milhões. No pedido, a empresa de moda alegou que “o setor de varejo vem sofrendo com a alta de juros e com a volatilidade do câmbio”, o que multiplicou sua dívida a um patamar impagável.
A maior parte do passivo está nas mãos de bancos – R$ 152 milhões. Outros R$ 93 milhões são dívidas em atraso com fornecedores. A princípio, o plano envolve o pagamento somente a credores quirografários (ou seja, os que não possuem garantia da dívida). Os bancos tendem a ter prioridade.
A empresa diz que procurou o caminho da renegociação extrajudicial da dívida, pois, em virtude dos atrasos, alguns credores já haviam entrado com ações na Justiça para o bloqueio de patrimônio ou despejo de imóveis.
A Amaro tem 20 lojas físicas, mas sua principal operação é digital. Fundada em 2012, a empresa já foi cortejada por outras concorrentes de moda, mas seu posicionamento ligeiramente acima das lojas de departamento, em uma linha de preços da Zara, era um obstáculo. O preço do negócio, que nunca chegou a ser tornado público, também era considerado caro.