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Crise na Americanas já causa demissões em fornecedores

Com pagamentos atrasados, fornecedores da Americanas já começaram a demitir; corte de vagas também pode atingir funcionários da varejista

atualizado

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Fachada de unidade da Lojas Americanas; perícia sobre empresa é feita pela agência Kroll - Metrópoles
1 de 1 Fachada de unidade da Lojas Americanas; perícia sobre empresa é feita pela agência Kroll - Metrópoles - Foto: Divulgação

Em processo de reestruturação de uma dívida de R$ 43 bilhões, a Americanas tem 44 mil funcionários diretos e emprega, indiretamente, outras 60 mil pessoas. A rede de terceiros teria sido a primeira alcançada por demissões, uma consequência da crise que a empresa vive há três semanas.

A notícia de demissões de funcionários de fornecedores no Rio de Janeiro foi divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo Metrópoles.

“A informação (que temos) é que alguns fornecedores demitiram porque não receberam os pagamentos e estão sem contrato”, afirmou uma representante do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro.

Nas últimas semanas, funcionários de empresas que prestavam serviços de tecnologia para a Americanas já tinham sido colocados em período de férias. Com a piora na crise da varejista, fornecedores decidiram reduzir o quadro em definitivo.

A dívida de R$ 43 bilhões da Americanas está distribuída entre 8 mil credores. A maior parte é composta por pequenas e médias empresas que fornecem produtos e serviços para a varejista ou que vendem seus produtos pelas plataformas digitais da Americanas.com, Submarino e Shoptime.

Embora mais da metade da dívida seja com os bancos, o passivo da Americanas com pequenos negócios preocupa o setor.

“A dívida com os fornecedores é mais pulverizada. Para a Americanas, pode ser um passivo não tão significativo, mas para os prestadores é um dinheiro que faz falta”, diz um advogado que representa algumas dessas empresas.

Muitos fornecedores deixaram de vender para a varejista, com medo de não receberem pelos novos pedidos. A “cultura Americanas”, que vem desde a década de 1980, é a de atrasar o pagamento de prestadores ao máximo, o que aumenta a insegurança dos prestadores.

Outros decidiram que só venderão à vista, mas o caixa praticamente no volume morto é insuficiente paara que a Americanas pague os fornecedores, os funcionários e mantenha a estrutura das lojas funcionando.

Demissões na Americanas

Por isso, demissões na própria empresa não estão descartadas, embora faltem recursos, inclusive, para pagar as rescisões.

Em nota enviada ao Metrópoles, a Americanas informou que “não iniciou nenhum processo de demissão de funcionários” e que “apenas interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados”.

“A Americanas atua nesse momento na condução de seu processo de Recuperação Judicial, cujo um dos objetivos é garantir a continuidade das atividades da empresa, incluindo o pagamento dos salários e benefícios de seus funcionários em dia. O plano de recuperação definirá quais serão as ações da empresa para os próximos meses e será amplamente divulgado assim que for finalizado”, diz o comunicado.

Na semana passada, sindicatos foram à Justiça para pedir o bloqueio de bens dos acionistas de referência da Americanas, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

O objetivo seria garantir o pagamento de mais de R$ 1,5 bilhão de indenizações solicitadas por cerca de 17 mil ex-funcionários da varejista nos últimos anos.

Ontem, a Americanas pediu à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro que empresas de serviços públicos, como energia e internet, sejam proibidos de interromper o fornecimento, sob multa diária de R$ 100 mil. A varejista também tenta se proteger de ordens de despejo em suas lojas, centros de distribuição e escritórios,

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