Criação de empregos formais em 2023 cai quase 30% em relação a 2022
No ano passado, saldo de vagas foi de 1,483 milhão. Em 2022, total havia sido de 2,037 milhões, segundo dados do Ministério do Trabalho
atualizado
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O mercado formal de trabalho fechou o ano passado com a criação de 1,483 milhão de empregos, considerando contratações menos demissões. O resultado representa queda de 27% em relação ao registrado em 2022, quando os novos postos com carteira assinada atingiram 2,037 milhões. Os dados constam no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), atualizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta terça-feira (30/1).
Em dezembro, foram fechados 430.159 vagas com carteira assinada. No mesmo período de 2022, os cortes foram de 431.011 postos, saldo negativo que sobe para 455.544, considerando ajustes.
Em 2023, o estoque de empregos formais no país alcançou 43.928.023 postos de trabalho. Mesmo com a queda de empregos característica de dezembro, quando foram perdidos 430.159 postos, devido ao ajuste sazonal, no acumulado do ano passado o saldo foi de 1.483.598 postos de trabalho, resultado de 23.257.812 admissões e 21.774.214 desligamentos.
Serviços em 1º lugar
O maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor de serviços, com um saldo de 886.256 postos de trabalho (+4,4%), com destaque para a área de “informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais” (380.752) e “administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais” (204.859).
O segundo maior crescimento do emprego formal ocorreu no setor de comércio, com um saldo de 276.528 postos de trabalho (+2,9%), explicado pela forte aceleração do segmento no quarto trimestre. O comércio varejista de mercadorias, com supermercados, gerou 39.042 vagas e os minimercados, 13.967.
A construção civil, ficou em terceiro lugar, com um saldo de 158.940 (+6,6%), seguida pela indústria, com 127.145 postos de trabalho (+1,5%) e a agropecuária com 34.762 (+2,1%) vagas criadas no ano.
São Paulo na liderança
Nas 27 Unidades Federativas ocorreram saldos positivos, com destaque para São Paulo (390.719 postos, +3%), Rio de Janeiro (160.570 postos, +4,7%) e Minas Gerais (140.836 postos, +3,2%).
Nas regiões, as maiores gerações ocorreram no Sudeste, (726.327), Nordeste (298.188) e Sul (197.659). O maior crescimento, porém, foi verificado no Nordeste, 5,2%, com geração de 106.375 postos no ano.
Destaque no Nordeste
Os dados divulgados pelo MTE mostram também que a geração de empregos foi distribuída entre homens (840.740 postos) e mulheres (642.892 postos). Para a população com deficiência, o saldo foi de 6.388 postos de trabalho, um crescimento de 40,1% em relação ao de 2022.
No quesito raça/cor houve uma grande evolução do número de declarações preenchidas ao longo de 2023. A maior geração de vagas no ano foi para pardos (+682.072), seguido por pretos (+136.934), brancos (+135.441), amarelos (+42.391) e indígenas (+1.539).
Salário médio maior
O salário médio real de admissão em dezembro foi de R$ 2.026,33, apresentando redução de R$ 6,52 quando comparado ao valor corrigido de novembro (R$ 2.032,85). Em comparação ao mesmo mês do ano anterior, o que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o ganho real foi de R$ 40,17 (+2,0%).