Corretora de criptomoedas vai pagar US$ 4,3 bilhões à Justiça dos EUA
Juiz de Seattle homologou acordo no qual a Binance admitiu ter permitido transações do Hamas e de outros grupos terroristas pela plataforma
atualizado
Compartilhar notícia
A Justiça americana homologou um acordo por meio do qual a Binance, a maior corretora de criptomoedas do mundo, vai pagar US$ 4,3 bilhões, uma das maiores penalidades aplicadas a empresas na história do país.
No fim de 2023, a Binance e seu fundador, o chinês Changpeng Zhao, admitiram a culpa em acusações de falha no combate à lavagem de dinheiro, feitas depois de uma investigação conduzida por promotores e reguladores, iniciada em 2021. Na ocasião, a empresa assumiu o fato de ter permitido transações com o Hamas e outros grupos terroristas por meio da plataforma.
O acordo prevê ainda que a área de conformidade (compliance) da empresa será monitorada por até cinco anos. A Bloomberg informou que essa tarefa deve ser assumida pelo escritório de advocacia Sullivan & Cromwell, de Nova York. O nome do monitor, contudo, ainda não foi confirmado.
No processo, os promotores alegaram que a atuação da corretora deixou o setor financeiro vulnerável “àqueles que procuram explorar o sistema para seu próprio ganho”. Eles observaram que a ação da Binance foi “intencional e liderada por executivos seniores, com centenas de milhões de dólares em consequências colaterais”.
Caso de ganância
“Esse é realmente um caso em que a ética da empresa foi comprometida pela ganância”, afirmou o juiz Richard Jones, na audiência da sentença, que ocorreu em Seattle, na sexta-feira (23/2). Josh Eaton, vice-consultor da Binance, disse ao juiz Jones que a empresa aceitava a responsabilidade por seu passado.
Pelo fato de ter admitido a culpa nas acusações, em novembro do ano passado, Changpeng Zhao, o fundador da empresa, não deverá cumprir uma pena estimada em 18 meses de prisão. No acordo feito com a Justiça, ele renunciou ao cargo de CEO da Binance e concordou em pagar uma multa de US$ 50 milhões.