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Corretora de criptomoedas Genesis tem buraco de US$ 3,4 bilhões

Essa é apenas parte da dívida da empresa, que estima ter mais de 100 mil credores e pediu proteção contra falência nos Estados Unidos

atualizado

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A narrativa de insolvência no mundo cripto abriu um novo e imenso capítulo na madrugada desta sexta-feira (20/1). A Genesis Global Holdco LLC, controladora da plataforma de criptomoedas Genesis Global Capital, entrou com pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos. No processo, a companhia informou ter mais de 100 mil credores. Apenas os 50 maiores créditos sem garantias totalizam US$ 3,4 bilhões – ou ainda, cerca de R$ 17,7 bilhões na cotação atual do dólar.

Esse tipo de recurso da lei americana, presente no Capítulo 11 do Código de Falências dos EUA, é similar à recuperação judicial no Brasil. Ele cria um período de reestruturação das finanças de uma companhia para evitar a quebra definitiva do negócio. Outras empresas do mundo cripto, como a FTX (clique nesse link para relembrar o caso) e a Celsius, utilizaram o mesmo dispositivo legal.

Como foi dito, a Genesis deve mais de US$ 3,4 bilhões a seus 50 principais credores, entre os quais a exchange cripto Gemini, dos irmãos gêmeos bilionários Cameron e Tyler Winklevoss, que ficaram famosos por processar Mark Zuckerberg pela suposta apropriação da ideia inicial do Facebook. O número estimado de credores, contudo, é de cerca de 100 mil.

De acordo com a agência Boomberg, a corretora também deve para a gigante comercial Cumberland, Mirana, MoonAlpha Finance e o New Finance Income Fund. As outras subsidiárias da Genesis envolvidas em trading, derivativos e custódia, bem como a Genesis lobal Trading, não foram incluídas no processo.

No total, a empresa e suas subsidiárias Genesis Asia Pacific Pte. Ltd e Genesis Global Capital, LLC entraram com três petições no tribunal de falências. Todas elas fazem parte do conglomerado cripto Digital Currency Group (DCG), que também é dono do CoinDesk e da gestora de ativos digitais Grayscale.

Na esteira da FTX

Pouco depois que a FTX entrou em colapso, em novembro, a Genesis Global Capital foi forçada a suspender as retiradas de clientes, o que prejudicou usuários de um produto de rendimento oferecido pela exchange de criptomoedas Gemini.

A Genesis estava lutando para levantar novo capital ou chegar a um acordo com os credores. Ela, juntamente com a controladora Digital Currency Group, estava sob pressão crescente para pagar US$ 900 milhões em depósitos bloqueados. A proteção contra a falência “é um passo crucial para que possamos recuperar seus ativos”, tuitou Cameron Winklevoss, da Gemini, logo após o anúncio do pedido da Genesis.

O chamado “inverno cripto” – período em que as cotações de criptomoedas caem de forma expressiva, levando a perdas enormes para os investidores que possuem esses ativos em carteira – levou a uma onda de demissões no setor, que já passam de 28 mil pessoas desde abril do ano passado.

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