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Copom prevê mais dois “ajustes da mesma magnitude”, com Selic a 14,25%

Estimativa consta em comunicado, no qual Banco Central justificou aumento de 1 ponto percentual da taxa de juros nesta quarta-feira (11/12)

atualizado

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1 de 1 imagem colorida Fachada de prédio do Banco Central do Brasil focus - Metrópoles - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), prevê mais dois ajustes de 1 ponto percentual da taxa básica de juros do país, a Selic, nas duas próximas reuniões do órgão, em 2025. Com isso, a Selic passará dos atuais 12,25% para no mínimo 14,25% ao ano.

A estimativa consta do comunicado divulgado pelo Copom nesta quarta-feira (11/12), depois da decisão de elevar em 1 ponto percentual a Selic.

No texto, o comitê afirma que “antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”.

O ritmo do ciclo de aperto monetário, destacou a nota, “será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.

Inflação em alta

A nota do BC destacou que as expectativas de inflação para 2024 e 2025, apuradas pela pesquisa Focus, se elevaram de forma relevante e encontram-se em torno de 4,8% e 4,6%, respectivamente. No comunicado anterior do Copom, divulgado em novembro, esses números eram, seguindo a mesma ordem, 4,6% e 4,0%.

A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 4,0%. Em novembro, estava em 3,6%.

Questão fiscal

O comunicado também menciona o impacto da questão fiscal (dada pela relação entre receitas e gastos do governo) nas projeções de inflação. Ele destaca que o anúncio do pacote de cortes de gastos do governo jogou contra as expectativas  dos agentes econômicos.

Sobre esse tema, disse a nota: “O Comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio. Avaliou-se que tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa”.

Riscos

Os integrantes do Copom, formado por oito diretores e pelo presidente do BC, apontaram o que consideram os “riscos de alta para o cenário inflacionário”. Nesse caso, os destaques foram para “uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado, uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”.

O hiato do produto, mencionado acima, consiste na diferença do Produto Interno Bruto (PIB) efetivo e o PIB potencial (a capacidade do país crescer sem gerar inflação). Se o hiato é zero, a inflação está dentro da meta, Se positivo, acima; negativo, abaixo da meta.

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