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Copom foi duro e incluiu preocupação com câmbio, destacam analistas

Para especialistas, órgão do BC subiu o tom das incertezas com o cenário econômico, no comunicado no qual justificou a Selic a 10,50%

atualizado

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Banco Central do Brasil BACEN. Brasília focus - Metrópoles
1 de 1 Banco Central do Brasil BACEN. Brasília focus - Metrópoles - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), que justificou a decisão de manter a Selic em 10,50% ao ano, anunciada nesta quarta-feira (31/7), foi mais duro do que o anterior, divulgado após a última reunião do órgão, em junho.

Essa é a avaliação do economista Luiz Rogé, gestor de investimentos e sócio da Matriz Capital Asset. Ele destaca que o documento expôs uma nova variável para explicar os juros altos. “É a valorização do dólar frente ao real”, diz Rogé.

Isso porque a alta da moeda americana tende a exercer pressão inflacionária no mercado nacional, à medida que encarece produtos e insumos importados. “Essa questão cambial foi expressamente mencionada no comunicado como um fator inflacionário assim como um elemento que altera a expectativa de inflação”, afirma o economista. 

Nesse caso, o comunicado cita o dólar como um dos três fatores de risco para a queda da inflação. Diz o texto do Copom: “(…) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”.

Política Fiscal

Hemelin Mendonça, sócia da AVG Capital, também considerou o comunicado do Copom mais duro do que o anterior. “A política fiscal, que ainda está em desajuste, impacta diretamente a política monetária, e é citada também como uma preocupação”, diz.

Hemelin observa que a tendência é de “grande volatilidade” nesta quinta-feira (1º/8) no mercado de capitais. Isso porque nesta quarta-feira os juros foram mantidos elevados nos Estados Unidos e no Brasil, o que reduz a atratividade de ativos de risco, como é o caso das ações negociadas na Bolsa.

Para Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, o comunicado indica que, se a Selic permanecer em 10,50% até o fim de 2025, a projeção para a inflação no primeiro semestre de 2026 é de 3,2%. O valor estaria acima da meta de 3%. Nesse cenário, Gala não descarta um novo aumento da Selic.

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